Coesão Social, emprego, competitividade, captação de investimento privado (nacional e estrangeiro) e reabilitação urbana, com especial destaque para a Baixa portuense, foram as prioridades de actuação definidas por Rui Rio, na terça-feira, no discurso de tomada de posse do executivo e da assembleia municipal da autarquia portuense.

O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), reeleito a 11 de Outubro, com maioria absoluta, garante que irá perseguir uma “natural continuidade face ao trabalho desenvolvido desde 2002”, mas com “ajustes nas prioridades políticas” decorrentes da evolução que a cidade sofreu desde há oito anos.

Pelouros:

Vice-Presidência e Pelouro do Ambiente e Juventude: Álvaro Castello-Branco
Pelouro da Habitação: Matilde Augusta Alves
Pelouro do Turismo, Inovação e Lazer: Vladimiro Feliz
Pelouro da Protecção Civil, Controlo Interno e Fiscalização: Manuel Sampaio Pimentel
Pelouro do Conhecimento e Coesão Social: Guilhermina Rego
Pelouro do Urbanismo e Mobilidade: Gonçalo Gonçalves

“A nossa primeira prioridade terá de continuar a ser a coesão social”, assevera o autarca. Neste âmbito, Rui Rio garante que o Bairro do Aleixo será demolido, conforme prometeu: “No Porto actual já não nos envergonhamos com a existência do S. João de Deus, mas ainda temos situações que são verdadeiramente intoleráveis. Uma delas é seguramente o Bairro do Aleixo, que, tal como prometi, deverá ser demolido.”

E num “contexto da luta por uma maior coesão social”, o autarca reempossado revelou que a sua primeira visita do novo mandato, marcada para a manhã desta quarta-feira, é ao Bairro do Mesquita, uma ilha onde oito famílias vivem sem as mínimas condições.

Retomando a esfera de actuação municipal, Rui Rio frisou que, apesar desta prioridade, há matérias como o emprego e a competitividade que, neste mandato, assumirão “preponderância crescente”. Nesse contexto, o autarca garantiu um “esforço adicional de captação de investimento privado, nacional e estrangeiro”.

Contra o “centralismo lisboeta”

Rui Rio voltou a apontar baterias contra o “centralismo lisboeta”. Desde logo, para defender o investimento na expansão da rede do Metro do Porto. “É um dossiê que tem de merecer todo o nosso empenhamento, porque não é sustentável um Governo dizer que quer fazer o relançamento económico de Portugal por via do investimento público, e, depois, centrar esse mesmo investimento quase exclusivamente numa zona do País”, afirmou o social-democrata.

O autarca é taxativo: o processo exige “unidade e combatividade a todos os responsáveis da região, independentemente da sua coloração partidária”. “Muitas das vezes, o tão repetido centralismo lisboeta é mais da nossa responsabilidade do que das opções de terceiros”, assinalou. “Quantos, aqui no Porto, não foram, ao longo da história passada e recente, parceiros úteis de acções centralizadoras?”, questionou.

Segundo Rui Rio, a mesma postura, de unidade e combatividade regional suprapartidária, deverá ser assumida na defesa de uma gestão autónoma para o aeroporto de Francisco Sá Carneiro. “Sendo a infra-estrutura mais relevante para a nossa competitividade a curto e médio prazo, não podemos deixar de tudo fazer para que a sua gestão tenha a necessária autonomia de forma a garantir a máxima eficácia em termos de serviço à economia regional”, especificou.