Este ano, o Fantasporto vai ficar reduzido ao espaço do teatro Rivoli. Ao contrário de edições anteriores, o festival celebra trinta anos sem a tenda “Cidade do Cinema” na Praça D. João I.

É já na próxima segunda-feira que o “Fantas” começa, com todas as exibições a serem realizadas no Rivoli. Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, Mário Dorminsky, director do Fantas, mencionou a fragilidade financeira como justificação para as alterações.

O mesmo motivo foi apontado por Beatriz Pacheco Pereira, também directora do certame, para sustentar a ausência de grandes nomes da indústria cinematográfica. Para compensar estas limitações, a organização aposta num programa com “ciência a sério”.

Na próxima segunda-feira, iniciam-se os preliminares do “Fantas”, com várias sessões nos dois auditórios e, ainda, o workshop de efeitos especiais. O arranque oficial está, no entanto, marcado para sexta-feira, 26 de Fevereiro, com “Solomon Kane”.

Dentro das diferentes actividades que vão decorrer durante a primeira semana do festival, realizam-se, nos dias 25 e 26, duas conferências sobre robótica e cinema. Peter Corke, da Universidade de Queensland (Austrália), e Aníbal Ollero, da Universidade de Sevilha, são os especialistas convidados para falar sobre o tema.

Como é habitual, o Baile dos Vampiros realiza-se no Teatro Sá da Bandeira. A 6 de Março, o 30.º aniversário festeja-se ao som de DJ nacionais e internacionais. A noite conta com a presença de Late of the Pier, DJ Ride, Black Bambi, Fritus Potatoes Suicide, entre outros.

La Féria e o Rivoli

Apesar dos problemas da organização do festival, Mário Dorminsky não se cansa de repetir que “quem corre por gosto não cansa”. “O Fantas é uma festa, não a vamos estragar!” Tecendo duras críticas à centralização dos eventos culturais do país, o director afasta, porém, qualquer ideia de deslocalização do evento. “Nós não saímos do Porto enquanto nos quiserem no Porto.”

Durante a conferência, foram ainda levantadas dúvidas acerca da permanência do Fantasporto no Rivoli. O possível regime de exclusividade de Filipe La Féria no espaço pode pôr em risco a realização do festival.

“Se houver protocolo de exclusividade no Rivoli, nós ficamos sem espaço”, alertou Beatriz Pacheco Pereira. No entanto, a organização demonstrou confiança na actuação da Câmara e reitera que ainda não existem dados concretos.