O mundo do desporto adora duelos. Ronaldo e Messi têm estado em grande forma ao mesmo tempo que Barcelona e Real Madrid disputam a liderança da Liga Espanhola, ponto por ponto, golo por golo.

Depois da transferência recorde para Madrid, o jogador português tem sido, junto com Higuaín, o motor do Real. O extremo luso já contabiliza 17 golos em 19 jogos na liga, onde tem deslumbrado com os seus livres poderosos e capacidade física exuberante.

Messi tem, no entanto, assustado. O medo vem da incapacidade de descrever o seu futebol, que há muito passou a ser considerado uma forma superior de arte. Os 25 golos em 26 jogos na liga, mais os pequenos momentos triunfantes onde facilmente se desembaraça de vários jogadores adversários, têm levado os amantes do futebol aos joelhos.

O pequeno argentino finta sem malabarismos, sem recurso a movimento requintados. O seu futebol é simples. Ou vai para um lado ou vai para o outro. Sempre com a bola junto aos pés, nem é possível notar os seus passos: Messi desliza sobre o campo apanhando sucessivos defesas em contra-pé, ora realizando desmarcações geniais, ora rematando para o fundo das redes.

A sua magia vem provavelmente da sua humildade. Nunca se ouvem rumores sobre Messi. O jogador nunca sai bêbado de discotecas nem é apanhado com três ou quatro mulheres por semana. Enquanto o argentino oferece penáltis aos seus companheiros de bom grado, o português já amuou várias vezes ao ter que entregar a bola a outro jogador.

As últimas performances têm confirmado o inacreditável. Alguém melhor que Maradona pode existir. No jogo contra o Zaragoza, Messi acumulou mais um hat-trick, mas isso não foi o mais surpreendente. Lionel Messi carregou a equipa nas costas numa exibição que levou a imprensa desportiva europeia a questionar se o jogador realmente é humano.

Messi já ganhou quase tudo que o futebol pode oferecer. Como Ronaldo, falta-lhe conquistar glória pela sua selecção nacional. Aquilo que os separa da grandeza é levar as respectivas selecções à conquista do Mundial. Tem sido referido que isso é o que falta a Messi para superar Maradona.

O caso de Ronaldo é diferente. O médio português já foi o melhor do mundo da FIFA. Já venceu a Bola de Ouro. Já foi o melhor jogador da Liga Inglesa. A diferença é que nunca o compararam ao Eusébio. E com razão.