Jogos em alta rotação e resultados avolumados foi aquilo a que se assistiu esta quinta-feira, na primeira mão dos “quartos” da Liga Europa. Na verdade, nem todos os jogos tiveram resultados avolumados, ou melhor, apenas um não teve: o do Braga. Mas um facto todos os jogos tiveram em comum: resultados que pendem, claramente, para um dos lados e que deixam antever as equipas que se vão defrontar nas meias-finais da competição.

Em específico, o FC Porto goleou o Spartak de Moscovo (5 – 1), o Benfica fez o mesmo ao PSV Eindhoven (4 – 1) e o Braga conseguiu um empate com golos na Ucrânia, frente ao Dínamo Kiev (1 – 1). Se benfiquistas e bracarenses vêem cada vez mais próximo um embate entre ambos nas meias-finais, também o FC Porto consegue já ver o seu provável adversário na próxima fase. Trata-se do Villarreal, que “esmagou” o Twente pelo mesmo resultado dos portistas: 5 – 1.

Dínamo Kiev – Sp. Braga (1 – 1)

Esperava-se que o Dínamo Kiev entrasse forte na partida. Estava a jogar em casa, diante do seu público e sabia que um bom resultado podia lançar a equipa rumo à meias-finais. Assim foi, logo aos seis minutos com um golo de cabeça de Yarmolenko. Tudo estava mais difícil para o Braga, até que chegou o minuto de azar do Dínamo: o 13. Nesse período, não só os ucranianos sofreram o golo do empate, como ele veio dos pés de um dos seus próprios jogadores, o médio Vukojevic.

Ainda assim, o empate no resultado não fez o Dínamo esmorecer, que partiu para um resto de primeira parte forte. Aliás, se não fosse mais uma grande exibição do guarda-redes Artur, o Braga poderia ter saído da Ucrânia sem esperanças de chegar às “meias” da Liga Europa. A segunda parte sorriu muito mais aos portugueses, muito por culpa de outro minuto de azar do Dínamo. Aos 60 minutos, o experiente Shevchenko viu o segundo amarelo, foi expulso e deu mais espaço e tranquilidade para os jogadores de Domingos Paciência trazerem para Braga a decisão da eliminatória.

Benfica – PSV (4 – 1)

Um Benfica de “cara lavada” foi aquele que subiu ao relvado da Luz esta quinta-feira. Já com as feridas da perda do campeonato nacional saradas (parece que aquilo que não os “mata”, torna-os mais fortes), as “águias” fizeram a vida difícil aos holandeses do PSV, que quase escusavam ter vindo a Lisboa, já que a eliminatória está quase decidida. Com três alterações em relação ao jogo com o Porto (entrou Maxi, Jardel e Cardozo), os “encarnados” jogaram ao ritmo “supersónico” a que no passado tanto nos habituaram.

O Benfica dominou todo o jogo, com várias oportunidades que só Isaksson (guarda-redes PSV), o poste e a sorte iam impedindo de se materializarem em golos. Mas era inadiável e o primeiro surgiu aos 37 minutos por Aimar. Outro argentino, Salvio, fez o 2 – 0 no fim da primeira parte e o 3 – 0 no início da segunda. Pelo meio, só mesmo Roberto para “borrar”, mais uma vez, a “pintura” e permitir ao PSV um golo, por Labyad (3 – 1 aos 80 minutos). Mas ontem era o dia dos argentinos e Saviola fechou o resultado com um golo nos minutos de compensação, que abre a porta das meias-finais ao Benfica.

FC Porto – Spartak Moscovo (5 – 1)

André Villas-Boas fez entrar em campo toda a “equipa campeã” da Luz, mas com uma alteração: saída de Otamendi, entrada de Maicon. Contudo, parecia que a “ressaca” da festa ainda não tinha passado aos jogadores portistas. De tal maneira que Welliton, avançado do Spartak, assustou os “dragões” logo aos trinta segundos de jogo. Repetiu o susto passados dez minutos. A sorte esteve no facto de não terem passado disso: sustos. A partir daí, o Porto controlou os acontecimentos, mas também não criava muito perigo.

No entanto, a primeira parte não terminaria sem um golo de Falcao, que fez três nesta noite europeia e já é o melhor marcador da prova, com dez golos, mais um do que Rossi, do Villarreal. Para o segundo tempo estava reservado esse “festival” do colombiano, com mais dois golos, a que se juntaram outros dois, um de Varela e outro de Maicon. Os russos ainda marcaram por Kombarov, mas o lugar nas meias-finais parece que já não vai fugir aos portistas.

Mais um destaque para Falcao, que não só fez um hat-trick, mas fê-lo com golos magistrais, precedidos de movimentações inteligentes e concluídos com “golpes” de grande beleza estética. Dir-se-á que mais parece um “ninja”, não só pela forma infiltrada como aparece entre os defesas, mas também pelo jeito com que finaliza as jogadas.