Um grupo de economistas entrega, esta segunda-feira, um documento ao Procurador-Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, a exigir a abertura de um inquérito contra as agências de rating. Segundo a agência Lusa, os economistas acusam as agências da prática de “crime de manipulação do mercado”.

“Moody’s”, “Fitch” e “Standard & Poor’s” são as agências visadas pelo documento subscrito por quatro economistas: José Reis e José Manuel Pureza, da Universidade de Coimbra e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

José Reis refere, em declarações à Lusa, que as agências que “intervêm no mercado português dominam mais de 90% do mercado” internacional. Assim, “é preciso saber se as leis da concorrência são respeitadas”, realça.

O economista adverte que as agências “Moody’s” e “Standard & Poor’s” têm, inclusive, o “mesmo fundo de investimento como proprietário”. Para além de as decisões tomadas pelas entidades influenciarem “as taxas de juro”, têm um impacto significativo no endividamento dos países, “podendo afectar a sua estabilidade” financeira e económica.

No documento, a que a Lusa teve acesso, é referido que “quanto maior for o risco inerente a uma emissão de dívida, maior será o retorno exigido pelos investidores, ou seja, maiores serão os juros”.

O inquérito que os assinantes do documento querem que seja aberto deve analisar e apurar o desempenho das três agências de rating, acusadas de manipulação pelos economistas.