A Fundação Manuel António da Mota pretende contribuir para o desenvolvimento e apoio a iniciativas de natureza social e cultural, nos domínios da educação, saúde, ambiente, organização e apoio à actividade artística.

Instituída pelo grupo Mota-Engil e pela família Mota, a fundação tem como “primeira prioridade perpetuar a memória do fundador”, Manuel António da Mota, garantiu António Mota, filho do criador e presidente da Mota-Engil.

A fundação é gerida por um conselho de administração e presidida por Manuela Ramalho Eanes. A sede é no Porto, estando em negociação vir a instalar-se no Mercado Bom Sucesso, onde se vão iniciar, em breve, as obras de reabilitação do imóvel. Alheio à polémica relacionada com o mercado, o presidente da Mota-Engil, fala com entusiasmo do novo projecto.

Com uma cotação inicial de 1 milhão de euros, a fundação pretende dar continuidade à vertente de responsabilidade social do grupo empresarial. António Mota acrescenta que terá, também, “uma parte dos resultados do grupo”, para anualmente conseguir fazer uma boa gestão dos objectivos.

No ano dedicado ao Voluntariado, o presidente da Mota-Engil destaca que os objectivos da fundação assumem, ainda, um cariz mais solidário, nomeadamente com a criação do “Prémio Manuel António da Mota”, que se destina às instituições com essa vertente.

Num momento de grande fragilidade económica com a entrada da ajuda externa do FMI em Portugal, António Mota fala na necessidade de as “empresas criarem riqueza”, no sentido de contrariar a situação. “A adaptação às novas realidades” é apontada pelo empresário como uma solução de extrema necessidade para o tecido empresarial.

Mota-Engil pede indemnização ao Estado pelo cancelamento do TGV

“Vamos pedir que nos cubram os custos que tivemos no concurso, que foi anulado”, afirmou António Mota, à margem da apresentação da Fundação Manuel António da Mota, no Museu de Serralves, no Porto.

Tanto o projecto de alta velocidade entre Poceirão e Lisboa e o de Poceirão e Caia, adjudicado ao consórcio Elos, liderado pela Brisa e pela Soares da Costa, não passaram do papel. Da mesma forma, o lançamento de um novo concurso para a terceira travessia do Tejo terminou em Março.

O presidente do conselho de administração da Mota-Engil fez saber que vai pedir que sejam cobertos os custos que teve com o concurso, anulado em Setembro pelo executivo.

Até agora, nenhum dos consórcios mais bem posicionados no concurso tinha avançado com pedidos de indemnização, embora o Tave Tejo, dos espanhóis FCC, que apresentou a melhor proposta financeira, já tenha apresentado uma factura de dez milhões de euros pelos custos incorridos com o projecto.