Terceiro dia de Optimus Alive!11. À semelhança do que acontecera nos outros dias (sobretudo no primeiro, “culpa” dos Coldplay), muitos foram os fãs que correram para o palco principal assim que as portas foram oficialmente abertas. As largas dezenas (ou centenas) de festivaleiros mais fiéis às bandas que iam actuar nesta sexta-feira mal sabiam, no entanto, o que os esperava.

Até às 18h30, tudo decorreu dentro da normalidade, com milhares de festivaleiros a dividirem-se entre as barracas dos brindes, a zona de alimentação e os cinco palcos existentes no recinto. Mas, à medida que o tempo foi passando, algo de estranho se começava a notar. Os primeiros a perceber que algo estava mal foram os espectadores sentados nas primeiras filas em frente ao palco Optimus. Obrigados a sair dos lugares pelos quais esperaram horas para manter, muitos queixaram-se da injustiça à medida que os seguranças iam puxando as primeiras filas para mais longe do palco.

Os restantes festivaleiros aperceberam-se, com o passar do tempo, do que se passava, pois dos ecrãs gigantes espalhados pelo recinto ainda não surgiam os Klepht, primeira banda a subir ao palco principal. Com o tempo a contar, adivinhava-se que, pelo menos, a actuação da banda portuguesa estivesse comprometida. No entanto, o cenário acabaria por ser bem pior. No final, e depois de muitas horas com poucas explicações, três concertos cancelados: Klepht, The Pretty Reckless e You Me At Six.

E se muitos, ainda com esperança num melhor desfecho, foram ficando pelo palco principal, muitos resolveram aproveitar para dar uma espreitadela aos restantes palcos. Boa troca, se tivermos em conta as actuações de bandas como Friendly Fires (banda de culto em Portugal mas que nunca actuara por cá e que deixou pouco espaço livre no recinto do palco secundário),
Fleet Foxes e Grinderman, a banda de Nick Cave, que, como seria de esperar, deu espectáculo depois da hora de jantar e concentrou todas as atenções roubadas ao palco principal.

Muito tempo para chegar a Marte

Acabariam por ser os cabeças de cartaz os primeiros a entrar em palco, depois de muitas horas de incerteza. Jared Leto e companhia tentaram fazer valer o tempo de espera, dando tudo o que tinham para puxar pelo negligenciado público que se mantera junto ao palco à espera durante horas. Numa actuação encurtada devido aos atrasos causados pelo problema técnico, não houve muito espaço para músicas menos tocadas e “oldies”. A hora era de conquistar o público, pelo que os “crowd pleasers” Kings and Queens, Search and Destroy, A Beautiful Lie, Attack ou This is War não se fizeram esperar.

Houve, apesar de tudo, tempo para uma mini sessão acústica, em que Jared Leto, no meio do público, cantou Hurricane e Alibi. O momento intimista terminaria com The Kill, cantada a plenos pulmões por todo o recinto e que culminaria com o habitual mergulho do vocalista na multidão (para desespero dos seguranças).

Terminada a hora de concerto, e por entre balões gigantes e confettis e muitas palavras de “mimo” por parte do vocalista (ansioso por agradar a toda a gente e fazer esquecer os incidentes anteriores), o sentimento era de satisfação. Apesar dos problemas que marcaram o terceiro dia, a maioria do público parece ter feito as pazes com a organização no momento em que os 30 Seconds to Mars entraram em palco.

A noite continuaria com Chemical Brothers, que fizeram a festa no palco até às tantas. As duas gruas que seguram a viga que “não inspira confiança” a Álvaro Covões, da Everything is New, acabarão por continuar a pontuar os espectáculos restantes do festival.