A última noite de desfiles dos principais criadores nacionais chegou ao fim. Sem margem para dúvida, Fátima Lopes foi a designer mais aguardada, a avaliar pela sala primordial da Alfândega do Porto, que ficou totalmente preenchida. Felipe Oliveira Baptista e Miguel Vieira não ficaram atrás já que, a par da anterior criadora, são a grande representação da moda portuguesa fora do país.

Miguel Vieira

Neste último grande dia de desfiles, Miguel Vieira deu início às apresentações com uma coleção que fez deixar, por momentos, o Porto para trás e partir num veleiro em direção às paradisíacas falésias de Capri. Numa conciliação de coordenados clássicos e modernos, onde pautaram o preto e o branco destacados por detalhes em dourado, Miguel Vieira propõe um verão muito elegante e luxuoso. Com silhuetas alongadas, as saias-lápis e os decotes pronunciados a dominarem as propostas femininas, o desfile convida a um fim de tarde na mítica ilha italiana, entre cocktails e risadas com os amigos.

Felipe Oliveira Baptista

O desfile de Felipe Oliveira Baptista era dos mais aguardados desta edição e a antecipação que se sentia na sala, momentos antes da primeira modelo pisar a passerelle, foi prova disso. Trazendo ao Porto uma coleção estreada no início deste mês na Semana da Moda de Paris, o criador açoriano apresentou a sua visão de liberdade ao som eletrizante de Buraka Som Sistema.

Um designer que nos habituou à rigidez das linhas, surpreendeu pela leveza e suavidade dos coordenados e pela palete de cores forte e variada, com diversos tons de pastel acidulado. Mas sem dúvida que o protagonismo desta coleção vai para os múltiplos fechos que, quer em saias, casacos, vestidos, blusas ou calções, pretendem dar à mulher uma nova liberdade de escolher até onde quer, quanto quer revelar, e quanta sensualidade quer transmitir.

Em conversa com o JPN, o agora director-criativo da Lacoste revelou que esta coleção surge da uma necessidade de transmitir optimismo nos tempos que correm.

Fátima Lopes

E para encerrar mais um capítulo de desfiles, a eleita foi, naturalmente, Fátima Lopes. Ela que muitos consideram ser a mais conceituada designer portuguesa, trouxe a terra a coleção “Levitation”, que também no início do mês havia apresentado no alto da Tour Eiffel em Paris. E se desta feita as modelos pisaram terra mais firme, nem por isso se perdeu o sentido etéreo dos coordenados. Graças à sobreposição de materiais rígidos e brilhantes, como o vinil, em tecidos leves e transparentes, os vestidos pareciam levitar nos corpos das modelos. Tendo por base os tons nude, diferentes cores fluorescentes foram surgindo, quer em detalhes, quer em look total, conferindo-lhe um caráter romântico mas simultaneamente futurista. Esta foi uma coleção em que Fátima Lopes conseguiu explorar o seu lado mais sereno e leve, sem nunca perder a geometria, a precisão ou a sensualidade que tanto a caracterizam.