Os cortes na cultura anunciados para este ano estão a colocar em risco a própria cultura e as fundações que a sustentam. A Casa da Música (CdM) é o exemplo desta situação. O Estado reduziu as verbas para a fundação CdM de dez milhões para oito milhões de euros, para este ano.
A diminuição das verbas já se fez sentir na programação da Casa da Música, que reduziu a programação em “50 por cento”, disse, aos jornalistas, Nuno Azevedo, citado pela Agência Lusa.

Numa palestra organizada pelo Núcleo de Investigação em Finanças Públicas e Política Monetária, na FEP, Nuno Azevedo disse que “a CdM não pode fazer milagres e estamos num contexto onde a crise do modelo económico está a contaminar a própria missão da fundação”. Neste sentido, a sustentabilidade da missão da fundação CdM “está em risco”, mas o administrador delegado encontra-se “disponível” para ajudar a resolver a situação.

Apesar do modelo económico da Casa da Música ter garantido o sucesso da fundação até 2011, a situação alterou-se a partir do corte de 1,5 milhões de euros que a fundação sofreu em novembro do ano passado.
Apesar disso, diz Nuno Azevedo, a CdM é “um excelente negócio para o Estado”, sendo que,” em 2011, cada euro que o Estado meteu na CdM transformou-se em quase três”.

As contas de 2011 serão apresentadas ao conselho de fundadores a 30 de março.