Desde que começou a febre dos smartphones, iPads e iPhones, cedo se descobriu que eles podiam ter funcionalidades quase inegostáveis. Rapidamente, o número de aplicações criadas sobretudo para iPhone e Android foi crescendo e virou uma oportunidade de negócio rentável.

A “culpa” da moda das “apps” é da Apple, diz Bruno Ramalho, administrador do blogue Apps do Iphone, que considera que “a Apple abriu a ‘caixa de pandora’ com a AppStore”. De facto, só na loja online da empresa estão disponíveis mais de 25 mil milhões 550 mil aplicações, das quais 170 mil nativas para iPad, e a 5 de março de 2012 a Apple atingiu os 25 mil milhões de descargas de aplicações.

Apesar de muitas serem gratuitas, há quem lucre com este negócio. A aplicação mais popular entre os portugueses, diz o site “Apps Portugal“, é paga e com conteúdo erótico. Chama-se “Underwear Woman” e promete dotar o dispositivo, neste caso o Android, de “visão raio-x” que, alegadamente, ultrapassa a roupa. Este tipo de programas mais atrevidos parece ser um produto muito apreciado pelos utilizadores portugueses: só no top 25, há sete com conteúdos sexuais.

Ainda assim, no top 25 existem aplicações menos “despidas”. Por exemplo, os habitantes do Porto e do norte de Portugal podem, através da aplicação “Move-me”, saber que transportes públicos têm à sua disposição. Esta é, de momento, a terceira aplicação mais procurada pelos portugueses e é, para regalo das carteiras, gratuita. Também há outras, como o resumo do livro “Felizmente Há Luar!” (com o preço de 4,99 euros) ou o Card Holder (0,99 euros) que permite armazenar os dados que constam nos diferentes cartões, que fazem furor entre os fanáticos das aplicações.

A aposta da UP nas “apps”

A Universidade do Porto é um dos “viveiros” de criadores de aplicações em Portugal. Um exemplo de sucesso vem da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), que, com a aplicação “mCARAT” promete ajudar os asmáticos a controlar melhor a doença. A aplicação já se internacionalizou e está agora presente em 12 países.

Outra aplicação da UP disponível para dispositivos com o sistema operativo da Apple dá que falar e até ganhou o prémio ZON Criatividade em Multimédia 2011. O GimmeDaBlues, da autoria de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores (INESC), em estreita associação com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) permite criar música, em tempo real, para um quarteto de Jazz composto por piano, trompete, contrabaixo e bateria.

Embora seja um negócio ainda “embrionário” em Portugal, já existem alguma aplicações que conseguem atingir sucesso além fronteiras. As aplicações ligadas aos meios informativos nacionais reúnem a preferência dos emigrantes portugueses, garante Bruno Ramalho, mas produtos como o “Vizati” ou a “Nut Factory” têm sido “bem recebidos lá fora”.

Algumas aplicações são mesmo “best sellers” a nível mundial. Um dos exemplos é a aplicação “Weddar”. Este programa permite ao utilizador anunciar ao mundo qual é o estado do tempo do local onde se encontra. Da mesma forma, podemos aceder a informações colocadas online por terceiros. Os números falam por si. O “Weddar” já conta com 53 mil utilizadores, com cerca de 120 mil downloads feitos.

Algumas aplicações foram, também, laureadas com prémios de publicações de renome como o “New York Times”. Falamos da aplicação “Back in Time”, que propicia uma viagem temporal desde a criação da Terra até aos dias de hoje. Estas são as aplicações que levam o nome de Portugal aos quatro cantos do…iPhone.

Notícia atualizada às 11h47 de 20 de março de 2012