Havia de chegar o dia em que o Auditório Pequeno do Centro Cultural de Vila Flor se iria tornar realmente pequeno – e eis que chegou. Os sons experimentais e psicadélicos dos portugueses Space Ensemble na Plataforma das Artes não impediram que frente ao auditório pequeno se fizesse fila para ver B Fachada. Até as escadas serviram para encontrar lugar.

O português deu a conhecer o seu mais recente projeto: “Criôlo”. Quem sonhava ver alguns dos temas mais antigos e únicos do artista, não concretizou o desejo. Ainda assim, o artista deixou o público boquiaberto com a junção das batidas electrónicas e africanas.

Depois de B Fachada, muitos optaram por não sair do auditório com receio que não conseguissem entrar novamente para ver Little Wings. Kyle Field foi o rei do folk americano.

Sir Richard Bishop não deixou ninguém indiferente

Tropa Macaca foi a banda escolhida para inaugurar o café concerto. A dupla portuguesa subiu ao palco com sombrias batidas electrónicas. Apesar da viagem parecer do agrado de todos, foram muitos aqueles que abandonam o concerto a meio para ver Sir Richard Bishop no Auditório Grande. O guitarrista americano não deixou ninguém indiferente e encheu o auditório.

The Monochrome Set foi a segunda banda a atuar no Café Concerto. Liderada por Bid e pelo guitarrista Lester Square, a banda britânica ofereceu um momento alto de post-punk ao público. Mas o maior problema do festival foi mesmo a sobreposição dos concertos. Quem quis ver Swans do início, e na cadeira da frente, teve de abandonar o concerto a meio.

Swans foram os reis do 2.º dia, e quem sabe do festival

Swans foi o ponto alto da noite e, até hoje, de todo o festival. São seis elementos com uma coordenação genial: fazem músicas complexas e únicas para os ouvidos daqueles que não dispensam de um bom post punk e industrial. Falhou o sítio, com cadeiras, que impediu o público de abanar a cabeça e balancear o corpo. A banda diz não gostar de criar barreiras à música e não cumpriu o tempo estipulado pela organização e o concerto demorou duas horas. À saída do auditório, as expressões eram de quem tinha acabado de viver uma experiência única.

Enquanto uns saíam do Auditório do CCVF, outros entravam no São Mamede para ver Tinariwen. Apesar do atraso de meia hora, o público não se importou: quando a banda entrou em palco, foram muitos os aplausos. As vestes e os ritmos característicos dos povos de Tuareg fazem com que a banda tenha uma presença inesquecível em palco.

Mais uma vez a noite acabou com a luz do dia. Taragana Pyjarama – live – Robag Wruhme tiveram a honra de encerrar o segundo dia do festival no São Mamede. Mas as andorinhas ainda não emigraram e hoje à noite ainda há Cats on Fire e The Vaccines.