Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade do Minho, Roberto Cortez cansou-se de ver os dias passarem e decidiu arriscar. À semelhança de outros jovens portugueses, como a Sofia ou a Ana João, mandou centenas de emails que nunca mereceram resposta e percebeu que tinha de marcar a diferença. “Envias 100 emails e 5 respondem, a agradecer. Comecei a sentir que mandar uma email, bem escrito, com o meu currículo em anexo, não chegava”, afirma.

Confessa que a ideia de fazer um vídeo que o auto-promovesse não foi imediata mas, assim que o concebeu mentalmente, demorou apenas uma noite a produzir aquela que seria a sua rampa de lançamento para o mercado de trabalho.

Com 17 mil visualizações, sendo que “80% das visitas foram logo nos quatro dias que se seguiram à publicação”, o vídeo garantiu-lhe imediatamente duas propostas de emprego, que mereceram consideração: uma para ficar em Portugal, em Lisboa, e outra para a República Checa.

“Não podia pedir melhor”

Apesar de tudo a escolha acabou por não ser muito difícil: “Entre deixar a minha casa em Guimarães e ir para Lisboa ou arriscar e mudar de país para trabalhar numa multinacional, mais virada para a área que sempre me atraiu, a escolha pareceu-me óbvia”, conta. Agora, Roberto está a trabalhar em Brno, na República Checa, na empresa Webnode, como marketing assistant.

Satisfeito com o trabalho que está a desempenhar na empresa, diz mesmo que dificilmente o trocaria por outro. “Não podia pedir melhor, estou a fazer o que sempre quis. Apesar de não ter muito a ver com a minha área de formação, o marketing online sempre me fascinou. Sinto-me um sortudo”, sustenta.

E apesar das saudades que sente do país e da família, Roberto não se mostra muito recetivo em regressar a Portugal, pelo menos por enquanto. “Espero um dia ter uma oportunidade em Portugal, mas por agora não. Não porque não queira mas porque não há oportunidades. A minha ideia é ficar por cá mais dois ou três anos, quem sabe investir em mais formação e aí sim, talvez tente alguma coisa em Portugal”, conclui.