Protagonizado e realizado por Ben Affleck, “Argo” conta a história de seis diplomatas norte-americanos resgatados pela agência norte-americana de serviços secretos, CIA, após serem feitos reféns em Teerão, capital do Irão, pouco depois da revolução islâmica. Baseado numa história verídica, o sucesso da missão deu-se através da infiltração dos agentes secretos, que simularam a rodagem de um filme, produzido por Hollywood.
Vestido de Michelle Obama censurado nos Óscares
A 1.ª dama participou na emissão dos Óscares através da Casa Branca e, mesmo não estando presente na cerimónia, o seu vestido sofreu uns retoques na televisão iraniana. A agência noticiosa iraniana “Fars News”, adicionou mangas e subiu o decote de Michelle Obama, como forma de protesto – tanto ao vestuário, como ao filme vencedor – “Argo”.
Segundo a agência noticiosa Reuters, para o ministro da Cultura e Orientação Islâmica, Mohammad Hosseini, a atribuição do Óscar a “Argo” é uma escolha anti-Irão, já que se trata de um filme fraco a nível artístico. “Não esperávamos outra coisa do inimigo”, disse.
Agora, o Irão anuncia que quer pôr em película a sua versão dos factos. O ator e realizador Ataollah Salmanian, garante que o rascunho do filme “Setad Moshtarak”, “The General Staff” em inglês, e “Os chefes do Estado-maior”, em português, já foi aprovado pelo Governo e aguardam a disponibilização do orçamento para começarem a filmar. Desta vez, o filme será sobre a história de 20 reféns americanos que foram entregues à embaixada dos Estados Unidos, por estudantes iranianos revolucionários, logo no início da revolução.
À mesma agência, o realizador diz que este novo filme é “a resposta apropriada para filmes que distorcem a realidade, como é o caso de Argo”. Também a IRNA, agência de notícias oficial iraniana, diz que o envolvimento da Casa Branca ao anunciar “Argo”, que ficou a cargo de Michelle Obama, esposa do presidente dos EUA, demonstra uma certa politização do filme.
O filme de Ben Affleck não foi exibido em nenhum cinema do Irão, apesar de estar disponível no mercado negro da capital.