Se em 2012, altura em que nasceu o Ciência 2.0, dissessem a José Azevedo, coordenador do projeto, que, passado mais ou menos um ano, estaria em Lisboa a receber, em nome da equipa, o Prémio Nacional de Multimédia, na categoria de Educação e Cidadania, provavelmente, o responsável rir-se-ia.

Agora, em conversa com o JPN, José Azevedo riu-se mesmo. Mas de contentamento. “Acho que o prémio é relevante por duas razões: primeiro, porque é um prémio a partir da indústria, que reconheceu a qualidade dos conteúdos; segundo, por causa da questão da Educação e Cidadania, no sentido em que a nossa conceção de Ciência é uma Ciência mais próxima dos cidadãos, de contribuir para o aumento da cultura científica, e, por isso, foi duplamente satisfatório”.

Premiado pela Associação Multimédia (APMP) no Teatro Aberto, em Lisboa, o Ciência 2.0 concorreu com mais dois candidatos na categoria Educação e Cidadania – “Côa 3D” e “Quero ser Presidente”. Mas quais terão sido os trunfos para marcar a diferença? “Nós tentamos criar uma comunicação que seja atrativa. Temos que ter diferentes níveis de profundidade para atingirmos públicos diversos. Por alguma razão o nosso slogan é ‘Conhecimento em rede’. Nós queremos estimular o melhor de cada um de nós, para ser partilhado”, afirma o responsável.

Apoios do Ciência 2.0

O órgão de comunicação, desenvolvido na Universidade do Porto, é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE), e por fundos nacionais, através da Ciência Viva.

O melhor ainda está para vir

“A maior parte dos nossos conteúdos ainda não estão públicos. Estamos a produzir um conjunto de produtos que, apesar de também virem a estar disponíveis na Internet, são para televisão”, conta José Azevedo. “Temos uma colaboração com a RTP, com a ideia de os conteúdos serem exibidos na TV, mas, que a partir deles, as pessoas possam seguir e aprofundar a informação com conteúdos complementares no site”, revela ao JPN o coordenador, fazendo referência à potencialidade multimédia do projeto. Tudo isto está previsto para o outono.

Contudo, quando os apoios (ver caixa) terminarem (dezembro de 2013), terá o Ciência 2.0 “pernas” para andar? “Nós gostaríamos”, até porque “a comunicação da Ciência vai estar cada vez mais em plataformas em rede. Agora, se somos nós que o conseguimos, isso vai depender de outras situações”, conclui José Azevedo.