A tradução chinesa da obra “Ensaio Sobre a Lucidez”, de José Saramago, foi lançada, esta terça-feira, numa coleção dedicada aos “Novos Clássicos”, em Pequim. A sessão realizou-se no Instituto Cervantes, em Pequim, e contou com a participação de dois escritores chineses, Yan Lianke e Ren Xiaowen. Foi lançada, no mesmo evento, uma reedição da obra “Ensaio sobre a Cegueira”, também esta traduzida por Fan Weixin.

Clara Oliveira, professora da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, revela que o anúncio desta sessão na conta da embaixada de Portugal na China na rede social Sina Weibo (Twitter chinês), levou a milhares de comentários. Na opinião da professora, isto mostra o “interesse pela cultura portuguesa e, em particular, por José Saramago“.

O tradutor Fan Weixin contou, em declarações à Lusa, que levou cerca de quatro anos para traduzir o romance “Ensaio sobre a lucidez” e que fazê-lo “foi um passatempo”. Fan Weixin tem 74 anos e foi jornalista da secção portuguesa da Rádio Internacional da China. Já traduziu obras de outros autores portugueses e também brasileiros, como Erico Veríssimo, Jorge Amado, Miguel Torga ou Eça de Queiroz.

A tradução da obra “Memorial do Convento” foi lançada no ano de 1997, em Pequim, e Saramago esteve presente. Nesse ano, Fan Weixin foi condecorado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio.

“Ensaio Sobre a Lucidez” e “Ensaio Sobre a Cegueira” estão no catálogo de uma das maiores editoras privadas da China, a Thinkingdom Media Group. A mesma editora tem planos para reeditar, ainda este ano, “Memorial do Convento”, traduzido, há 16 anos, também por Fan Weixin. No próximo ano, a editora tenciona publicar mais duas obras de José Saramago, inéditas na China: “O Cerco da Cidade de Lisboa” e “As pequenas Memórias”.