A Feira do Livro do Porto vai conhecer um novo espaço e mudar radicalmente de conceito, a roçar – ou talvez a incorporar – o Festival Literário. É certo que continuará a haver banquinhas a oferecer livros a preços mais baixos mas a Câmara do Porto (CMP) decidiu ir mais longe e vai apostar na programação.

“Este ano não estamos a acrescentar uma programação cultural a um evento pensado para vender livros. Mudou a perspetiva, mudou o conceito. O que vamos ter é um festival literário em que, fatalmente, se vendem livros”, explicou fonte da assessoria da Câmara ao jornal Público. A feira será, portanto, parte de algo maior que, se arrisca a dizer, poderá ser “o maior festival literário jamais feito em Portugal”.

Horário

O evento, que acontece em setembro, deverá acontecer a partir das 16h, de segunda a sexta-feira; e a partir das 12h ao fim-de-semana. Já o encerramento acontece às 22h de domingo a quinta-feira e às 23h às sextas e sábados.

Do programa ainda se sabe pouco mas deverá contar contar com um festival de spoken words, um ciclo de cinema dedicado ao livro e à literatura, uma exposição sobre ilustração e outra sobre o cineasta Pier paolo Pasolini, dança, animação, encontros com escritores e duas edições das Quintas de Leitura.

Entretanto, já é possível realizar a inscrição para participar no festival, por parte das entidades que queiram vender livros, até ao final do mês de julho. Até ao momento, existirão já “perto de duas dezenas de livreiros” inscritos, um número “dentro das expectativas” que, no entanto ainda deverá crescer. Em parte, devido ao preço praticado por pavilhão: 400 euros.

“Tivemos inscrições maioritariamente de livreiros do Porto mas acreditamos que vamos ter mais, até porque os preços que estamos a praticar rondam um quinto do valor que era pedido pela Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros [responsável pela Feira do Livro anterior]”, garante a mesma fonte.

CMP responsável pela organização total do evento

A iniciativa acontece nos jardins do Palácio de Cristal, com atividades ainda na Galeria e na Biblioteca Almeida Garrett, de 5 a 21 de setembro e, já que coincide com o início do ano letivo, a Câmara pretende instalar um balcão de troca de livros escolares – que até ao momento só se pode fazer no Gabinete do Munícipe.

“Em mais de 80 anos”, diz a Câmara em comunicado, “esta será a primeira vez que a CMP chama a si a organização total da Feira do Livro do Porto”. O objetivo é abrir “espaço à participação de todos em condições vantajosas para os participantes e, sobretudo, para os destinatários finais da feira: os leitores”. Assim sendo, “a promoção da leitura será o maior objetivo do certame”.

Esta decisão, garantem, “foi tomada depois de terem sido ponderados vários cenários e de ter sido afastada a hipótese de se regressar ao modelo em vigor até 2012”. O pelouro da Cultura terá, então, a seu cargo a programação cultural da feira e “a empresa municipal Porto Lazer encarregar-se-á dos aspetos relacionados com a logística e a animação” do evento.