O palco está montado e o recinto pronto para receber as milhares de pessoas que, mais logo, rumam à praia do Cabedelo para o primeiro dia de Marés Vivas.

As portas abrem às 17h, mas e os primeiros acordes desta edição cabem a duas bandas portuguesas, não fosse este um festival que aposta, continuamente, no talento nacional. Os conterrâneos Lazy Faithful sobem ao palco Santa Casa às 18h e Capitão Fausto, vindos diretamente de Lisboa, uma hora e quinze minutos depois.

Depois da pausa para o típico cachorro, os galeses Skindred inauguram o palco principal, por voltas das 20h30, com “Kill The Power” e um punk/rock/reggae que ainda conhece influências de ska e algum hip-hop. Segue-se o dubstep de Modestep – o nome não engana ninguém – que trazem a sua própria “Sunlight” ao recinto, à beira-rio plantado.

The Prodigy prometem incendiar o Cabedelo

As onze badalas trazem ao palco os padrinhosXutos&Pontapés, já bem conhecidos destas andanças. De leme na mão, encaminharão as hostes para o circo de feras que se prevê que seja o concerto dos cabeças de cartaz, The Prodigy.

A banda inglesa vai, literalmente, invadir o recinto com uma descarga de energia brutal, a que poucos ficarão indiferentes. Há que ser guerreiro para aguentar a eletrónica descontrolada da dupla, que só dá vontade de mexer o corpo e promete desencadear pequenos focos de incêndio no recinto.

Mas antes disso, há que saber como chegar. O metro promete estar ininterrupto: basta rumar à Estação da Trindade – quem vai do Porto – entrar na Linha D e sair na estação General Torres (direção D. João II). Aí, basta apanhar o autocarro Espírito Santo que faz ligação até à entrada do Festival.

Quem preferir apenas o autocarro, tem como opções as linhas 14 e 27: “Porto–Afurada” e 18, “Boavista-Afurada”. Já quem traz o carro, pode estar tranquilo. A organização garante que “serão disponibilizados parques gratuitos na zona envolvente do recinto do festival”.

Segundo dia começa com Clã e termina com Skrillex

No segundo dia, quando já toda a logística parecerá mais fácil, a abertura volta a ficar a cargo de projetos nacionais. Primeiro João Só, às 18h, que não estará, com certeza, sozinho. Promete, aliás, derreter muitos corações até ao chão. Depois Plaza que, “All Together”, prometem um show “de outro mundo”, escrevem nas redes sociais.

E sem perder o rumo português, são Clã – e Ana Moura, a convite da banda portuguesa – que sobem ao palco principal, às 20h30. Um conjunto de artistas com raízes bem portuguesas que dispensa apresentações e promete um espetáculo a não perder.

Uma hora depois, James Arthur. Parecia impossível, mas não foi. O britânico venceu a nona temporada de The X Factor e, com o tema “Impossible”, lançado logo após a sua participação, alcançou o primeiro lugar no UK Singles Chart. Agora, James Arthur pode sempre tentar entrar para o top de melhores concertos do Marés Vivas em 2014.

E porque um James é pouco, na segunda noite há dois. James – a banda – dão cartas desde 1981 e prometem mostrar que a experiência também compensa em palco. Para além do novo “La Petite Mort”, nascido em junho, prometem trazer hits para cantar em uníssono, como “Sometimes” ou o fascinante “Born on Frustation”.

Mas se esta é aparentemente uma noite mais soft, à uma da manhã as coisas mudam de figura e Skrillex – e tudo o que isso implica – faz renascer algumas das memórias que os festivaleiros possam ter criado do dia anterior. É que a eletrónica e o dubstep voltam ao recinto e o americano também não brinca em serviço.

Sonoridades tranquilas no terceiro dia

O terceiro dia começa com a doce mas feroz Mimicat – alter ego de Marisa Mena, de Coimbra – que se diz apaixonada pela música e promete fazer-nos apaixonar por ela também. Segue-se Black Mamba, a banda que, apesar dos problemas técnicos, deu um espetáculo cativante e consistente no “palco grande” do NOS Alive, ainda a semana passada.

E este sim é um dia mais tranquilo, perpetuado pelo pop mansinho de We Trust – ou André Tentugal. A maneira ideal de fazer o tempo parar com a melhor banda sonora para o pôr-do-sol a um sábado á tarde.

Depois, The Gift, que não precisam nem de apresentações nem de antecipação. A banda portuguesa é fácil de entender e vão trazer laivos de Primavera ao verão quente de Gaia.

Por fim, Portishead antes da lendária Josse Stone, que encerra o festival. A banda britânica de trip hop sobe ao palco às 23h mas não promete material novo, apesar dos longos anos que já passaram desde Third. Resta rever os clássicos.

Por fim, a musa. Joss Stone até tem o direito de estar errada mas acreditamos que cometa poucos erros neste espetáculo, que promete pitadinhas de jazz, soul e R&B em versão q.b. Em tour mundial, ainda desfruta do seu The Soul Sessions Vol. 2, de 2012 – e nós também.

Mas para quem não quer acabar o Marés tão cedo, há Moche Room até às seis da manhã, com DJ’s a garantir animação madrugada dentro. Não só no último mas todos os dias, a partir das 3h.