Chega-se de viagem e algumas fotografias e vídeos ficam no telemóvel, umas são publicadas no Facebook, outras ficam-se pelo Instagram, centenas passam diretamente das máquinas fotográficas para pastas no computador e discos externos e os momentos mais marcantes são memorizados “ad eternum” em cadernos de bolso, blogues e redes sociais.

“Depois, quando queremos voltar atrás e reviver as experiências, já não conseguimos, todo o conteúdo produzido está espalhado e fica perdido”, disse João Monteiro à Fugas numa entrevista telefónica. Foi assim que em novembro de 2013, quando quis recordar as últimas viagens que fez a Madrid e a Andorra, o jovem empreendedor de 23 anos teve a ideia de criar uma rede social dedicada aos “nómadas” do mundo, onde cada nova aventura pudesse ser organizada, partilhada e mais tarde relembrada. Dois meses depois encontrou dois programadores e a equipa, entretanto já com seis elementos, começou a trabalhar no lançamento da nova startup: “Nomadmovement“.

A projeção internacional

No início de novembro, a Nomadmovement foi uma das “startups” seleccionadas para apresentar o projeto da empresa no Web Summint, em Dublin (Irlanda), considerado um dos mais importantes eventos europeus ao nível da inovação. “O feedback foi espectacular e aprendemos imenso”, conta o jovem portuense, formado em Economia. Segundo referia em comunicado, no evento “surgiram já algumas agências de viagens interessadas em fazer parcerias connosco” e, em Portugal, também “vários empresários e entidades reconheceram potencial à ideia”.

A rede social, que foi apresentada esta quarta-feira e deverá “abrir portas” em fevereiro, promete ter uma utilização “muito simples”, com duas componentes principais: a organização e a partilha. A plataforma permitirá criar e/ou introduzir conteúdos (como fotografias, vídeos e textos) num “diário de viagem”, que é organizado cronologicamente e depois partilhado.

Esta componente social tem como objetivo não só mostrar as viagens à família e aos amigos, mas também ver as aventuras dos outros, seguir os viajantes preferidos, servir de inspiração e preparar as viagens seguintes. Segundo João Monteiro, a rede social terá ainda características especificamente relacionadas com a temática, como o cálculo das milhas viajadas por cada utilizador, as localizações do viajante no mapa através de ‘pinpoints’ e “prémios” virtuais (“badgets”) entregues a quem conquistar determinados “objetivos”, entre outros.

A apresentação é acompanhada pelo lançamento de uma campanha de “crowdfunding”, para “angariar fundos para o desenvolvimento de uma aplicação móvel, para [custear] os servidores durante um ano e para a campanha de ‘marketing'”. De acordo com o co-fundador da Nomadmovement, a operação de financiamento coletivo, lançada no Indiegogo, tem como objetivo angariar 30 mil euros, valor que tem de ser alcançado até 31 de janeiro. Quem contribuir com 15 euros ou mais terá acesso antecipado à rede social (ainda este mês), além das diferentes recompensas consoante o patamar de contribuição (sistema habitual do “crowdfunding”). A plataforma deverá depois abrir ao público, com acesso gratuito, na primeira semana de fevereiro.