Haegue Yang está em Portugal para criar uma peça que vai ser exibida no Parque de Serralves em junho, fruto de uma parceria entre a Fundação e a Sonae. O trabalho vai ser desenvolvido com três estudantes de diferentes universidades: Nuno Pimenta da Universidade do Porto (UP), Pedro Pires Serrano da Universidade de Lisboa (UL) e Tiago Costa da Universidade de Évora (UE).
Em declarações ao JPN, Haegue Yang afirmou que “não há regras para inspirar um artista”. Sobre o trabalho que vai ser desenvolvido com os alunos, a artista revelou que ainda não os conheceu, mas que também “seria arrogante enquanto artista esperar alguma coisa” dado que “não se pode dizer às pessoas como devem interagir”, defendeu.
Os professores da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), em conjunto com a Fundação de Serralves, pediram aos estudantes os seus portefólios. Nuno Pimenta foi o escolhido da UP. Em entrevista ao JPN, Nuno não se mostrou preocupado com o trabalho que vai ser desenvolvido, dado que os seus estilos são semelhantes: “Há uma série de aspetos que se cruzam, nomeadamente a utilização de elementos do quotidiano, esta quase colagem de vários elementos frequentemente vistos, mas que nem sempre são utilizados”.
Sobre o projeto, acredita que a experiência “abrirá novos horizontes e diferentes visões sobre o processo artístico entre as várias instituições e com uma grande artista”.
O projeto tem a inauguração prevista para junho e vai dar a conhecer pela primeira vez ao público a obra de Haegue Yang, cujo trabalho é reconhecido internacionalmente. O pavilhão coreano da Bienal de Veneza em 2009, o Kunsthaus Bregenz, na Áustria, e para o Museu de Arte Samsung, Leeum em Seoul.
A sul-coreana esteve na quarta-feira em Belas Artes, numa conferência com o objetivo de promover a cultura e aproximar a arte da comunidade académica. A conversa serviu para a artista mostrar o desenvolvimento do seu trabalho nos últimos anos. Num clima de boa disposição, Haegue Yang revelou que o seu sucesso é resultado “do esforço coletivo” da sua equipa e que é preciso “trabalhar com sensibilidade”.
Utilizando materiais do dia a dia, contou aos presentes que “muitas vezes é difícil trazer os trabalhos para a vida”, mas que criar as peças “não é um trabalho chato”.
Artigo editado por Sara Gerivaz