O local de depósito e o valor da aquisição do quadro ainda não são conhecidos. É expectável que a obra fique no Museu Nacional Soares dos Reis por ser o único museu nacional do Porto, cidade onde está a Fundação Livraria Lello, atual proprietária do quadro.
A Fundação Livraria Lello, atual proprietária da obra “Descida da Cruz”, do pintor Domingos Sequeira, e a Museus e Monumentos de Portugal (MMP) reuniram na última quarta-feira (20), no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, para decidirem o futuro da pintura. Contudo, o local de depósito e o valor da aquisição do quadro ficaram ainda por confirmar.
Quatro meses depois da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) ter autorizado a exportação da obra e desta ter andado “perdida” algures entre Madrid e Maastricht, o quadro “Descida da Cruz” foi adquirido pela Fundação Livraria Lello no dia 10 de março.
A peça que estava exposta no stand da Galeria Colnaghi na TEFAF (The European Fine Art Fair), que se realizou na cidade de Maastricht, nos Países Baixos, foi comprada por intervenção do advogado Avelino Pedro Pinto, que detém parte do capital social da Livraria Lello.
O novo proprietário e os contornos das negociações entre a entidade privada nacional e o Estado português foram divulgados no dia 20 deste mês. Nessa sessão, foi assinado um compromisso para a fruição pública da pintura, ficando acordado que esta vai estar em itinerância por vários museus nacionais.
Já as informações sobre o valor da aquisição e o depósito do quadro não foram confirmadas. Apesar disso, especula-se que o mais provável é que a obra fique no Museu Nacional Soares dos Reis. Isto, porque, para além de ser o único museu nacional do Porto, a obra de Domingos Sequeira vai ao encontro do tipo de arte presente no museu.
Todavia, alguns especialistas e historiadores defendem que a “Descida da Cruz” deveria ser exposta no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, por já lá estar a obra “Adoração dos Magos”, uma das quatro pinturas de Domingos Sequeira, conhecidas por serem um dos últimos trabalhos do artista.
Ao “Público“, uma fonte anónima revelou que a obra terá custado 1,1 milhões de euros, um valor inferior ao que constava do pedido de expedição da pintura (1,2 milhões de euros). Segundo o jornal, as entidades envolvidas nas negociações não confirmaram estes valores.
O JPN tentou entrar em contacto com o diretor do Museu Nacional Soares dos Reis que não quis prestar declarações por ainda não haver certezas quanto ao destino final do quadro. Também a Livraria Lello se absteve de comentar.
A 18 de maio, a propósito do Dia Internacional dos Museus, a “Descida da Cruz” vai ser mostrada em público, pela primeira vez desde o seu regresso a Portugal, no Mosteiro de Leça do Balio, sede da Fundação Livraria Lello.
Editado por Inês Pinto Pereira