A participação na competição nacional de empreendedorismo BIG smart cities já é possível desde sábado. O polo tecnológico do Parque de Ciência e Tecnologias da Universidade do Porto (UPTEC) acolheu a cerimónia de abertura da quarta edição do concurso, promovido pela Vodafone Power Lab e pela Ericsson.

Pela primeira vez, o concurso vai desenrolar-se a nível nacional, com uma fase de avaliação BIG city challenges, distribuída por quatro cidades. Os desafios vão ser realizados no Porto, a 14 de abril, em Évora no dia 20, em Coimbra a 21 e em Lisboa, a 28.

De cada BIG city challenges, sai um projeto vencedor, com “via verde” para a final e um prémio de 500 euros. Para além dos quatro escolhidos nos desafios locais, há ainda 16 lugares para a final, selecionados através de entrevistas.

Os 20 finalistas vão ter a oportunidade de participar num programa de formação e apoio de nove semanas, no qual todos os projetos se podem transformar em negócios viáveis para apresentar na BIG Final, que se realiza no dia 5 de julho na capital.

O prémio principal consiste num incentivo de dez mil euros, um período de meio ano na Vodafone Power Lab, aceleradora de projetos e uma visita a um polo europeu de investigação da empresa Ericsson. Também vão ser entregues menções honrosas, uma das quais é decidida pela votação do público.

As candidaturas decorrem “online” até dia 4 de maio e os candidatos podem concorrer de maneira individual ou em equipa, com uma ideia pré-feita de um negócio tecnológico. A ideia tem que vir a melhorar o dia a dia nas cidades e daí a essência do concurso: as categorias são Smart Mobility, Smart Living, Smart Tourism e Smart Government.

Ideias para resolver problemas citadinos

As candidaturas têm de resolver problemas de mobilidade, turismo, dia a dia ou de entidades públicas, de maneira a possibilitar “promover a qualidade de vida dos seus habitantes, trabalhadores, empresários e visitantes”, com recurso a tecnologias.

O JPN conversou com Diogo Simões, representante da Lisboa Horizontal, vencedora da edição passada, que deixou alguns conselhos aos candidatos do concurso: “Caiam as vezes que caírem têm sempre de pensar que vão ter de se levantar e voltar a tentar”.

“Não se dediquem a um projeto no qual não acreditem piamente”, foi uma das advertências que deixou aos futuros candidatos. “Se tiverem as duas componentes de dedicação e a capacidade de compreender que não vai correr tudo bem vão chegar a um ponto de sucesso”, incentivou o jovem empreendedor.

“Exposição das equipas a novas formas de pensar” no UPTEC

A apresentação de sábado contou com intervenções do CEO da Vodafone, do presidente da Ericsson, do representante do BIG smart cities e do comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas.

“A exposição das equipas a novas formas de pensar” é um aspeto fundamental do desafio, na opinião do diretor executivo da Vodafone. Mário Vaz destacou como benefícios do BIG smart cities “o contacto com tendências, novas ideias e conceitos e a possibilidade de encontrar novas soluções”, num quadro em que os desafios às cidades são crescentes. “A tecnologia é um aliado fundamental” para encontrar respostas, defendeu.

Frente ao comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, o apelo da Vodafone foi reforçado para a União Europeia “olhar”, reconhecer e apoiar os polos empreendedores e “startups”.

Carlos Moedas, que na sua intervenção declarou ter usufruído de “dois dias inspiradores” na cidade do Porto, mencionou, em declarações ao JPN, que o BIG smart cities é “um concurso que vai muito dentro dos objetivos da comissão”.

“Criar uma maneira para que os empreendedores nos possam dizer, eles próprios, aquilo que querem fazer, este é o tipo de inovação que também na comissão exploramos e tentamos com os nossos programas complementar. Mas é muito importante que cada país e que cada empresa desenvolva estas atividades”, explicou ao JPN o comissário europeu.

Carlos Moedas também referiu que o Porto, com “boas universidades e empresas” é uma “cidade teste para as novas cidades inteligentes”.

Mário Vaz aludiu à consciência do país ser um “local de eleição” para instalação de “startups”, a nível internacional. Segundo o CEO da Vodafone, a escolha do local para dar o “kick off” da iniciativa foi um reconhecimento à “excelência” do UPTEC na sua atividade e ao papel que o norte assume “no setor do empreendedorismo tecnológico e da inovação em Portugal”.

Artigo editado por Sara Gerivaz