A força conservadora de direita, União Democrática Cristã (CDU) obteve apenas 23% dos votos, que contrastam com os 27% obtidos há cinco anos em  Baden-Württemberg. Em Renânia-Palatinado, o partido alcançou entre 25,5% a 26% dos votos, contra 31,8% dos verificados em 2016.

Os resultados foram divulgados através de sondagens transmitidas pelas estações televisivas ARD e ZDF num momento crucial, uma vez que faltam seis meses para as eleições legislativas, com data prevista para o dia 26 de setembro deste ano.

No estado de Baden-Wuerttemberg, uma região conhecida por situar as sedes de empresas como a Mercedes, Porsche, Daimler ou Bosch, a CDU ficou atrás do partido Verdes, liderado por Winfried Kretschmann, que conta com a sua terceira vitória consecutiva ao longo de dez anos na liderança do partido. Os ambientalistas estão na frente com 31% dos votos, mais 0,7 pontos do que há cinco anos e prometem agitar as eleições legislativa, onde assinalam a primeira candidatura à chancelaria do país.

No estado vizinho de Renânia-Palatinado, o partido de Merkel surge também na segunda posição, a seguir ao Partido Social Democrata da Alemanha (SPD), que apesar de ter obtido menos 1,7 pontos quando comparado às últimas eleições, permaneceram na liderança com 34,5% dos votos, uma vitória para a chefe do Governo, Malu Dreyer.

As eleições regionais foram realizadas no domingo e revelam números que podem estar relacionados com o descontentamento face à gestão do país por parte da CDU. O escândalo dos contratos de compra de máscaras que levou à investigação dos deputados Nicolas Lobel, da CDU, e Georg Nusslein da União Social Cristã (CSU), ou pelo arrancar tardio da campanha de vacinação num dos países mais abalados pela crise pandémica da Covid-19, podem ser alguns dos motivos que tenham motivado a queda de votos.

O líder da CDU, Armin Laschet, atravessa assim um momento desafiante para decidir quem deve concorrer para o cargo de chanceler da Alemanha, até ao momento ocupado por Angela Merkel.

Os Verdes representam o atual maior partido da oposição na Alemanha e poderá sair vitorioso e com a possibilidade de escolher um chanceler para o país. As próximas eleições regionais serão as da Saxónia-Anhalt, no Leste, no início de junho, naquele que será um último teste antes do verão. Depois, em setembro, as da Baixa Saxónia, duas semanas antes das nacionais.

Artigo editado por João Malheiro