A Câmara Municipal do Porto anunciou, na segunda-feira, que tem um projeto de remodelação para a antiga Central Elétrica do Freixo, também conhecida como CACE Cultural, tendo em vista a abertura de mais um polo ligado às artes na zona oriental da cidade.

Com um orçamento de 2,5 milhões de euros, o projeto do arquiteto Guilherme Machado Vaz contempla uma intervenção que se prevê minimalista, tanto no espaço exterior como no espaço interior do edifício principal do complexo.

“O edifício que era originalmente um edifício de oficinas da EDP, desenhado na década de 60 pelo arquiteto Januário Godinho, é um edifício com elevada qualidade arquitetónica. (…) Pela qualidade que o edifício aparenta, a intervenção passa por intervir o menos possível”, explicou o arquiteto aos vereadores municipais na última reunião do Executivo.

Na nave principal desse edifício, vai nascer a nova Extensão da Indústria do descentralizado Museu da Cidade. Vão também ser criados três ateliês para artistas e ainda espaços para companhias de artes performativas, como a Circolando que já ali centraliza algumas das suas atividades.

Para as companhias estão previstos espaços de ensaios e armazenamento. Está ainda projetada, para a área onde se situava a serralharia da EDP, a criação de uma black box, isto é, um auditório que servirá para a apresentação de espetáculos.

O Teatro Experimental do Porto ficará num outro edifício do complexo – conhecido como edifício administrativo, onde até há bem pouco tempo funcionou o Instituto do Emprego e da Formação Profissional – e vai ter ali a ansiada sede, como explicou o diretor artístico Gonçalo Amorim ao JPN.

O espaço exterior vai também ser reabilitado e reorganizado, “uma vez que neste momento é um espaço que revela alguma anarquia em termos de fluxos de pessoas e de automóveis”, explicou o arquiteto.

O terreno será repavimentado e “essa repavimentação vai permitir criar uma zona de estacionamento e abrir um espaço exterior que vai permitir promover eventos ao ar livre sob o tabuleiro da ponte [do Freixo], uma vantagem, porque é abrigado”, acrescentou ainda Machado Vaz.

Os terrenos do CACE do Freixo foram cedidos à Câmara Municipal do Porto pela EDP na década de 90. Mas dois lotes do complexo, com frente para a Rua do Freixo, estavam por juntar aos terrenos. Com a aquisição desses dois lotes no ano passado, a autarquia diz ter “regularizado a geometria” da área, agora com 12.500 metros quadrados, avançando agora com esta intervenção.

De acordo com a informação prestada na reunião de câmara, a obra deve arrancar em meados do próximo ano e estar terminada no final de 2023.