Há uma semana, eram cinco os concelhos de risco elevado e muito elevado na AMP. Esta semana são 12. Em todos, passará a exigir-se o certificado digital ou um teste negativo na restauração e hotelaria, além de se aplicar o recolher obrigatório a partir das 23h00. Saiba quais são.

Doze dos 17 concelhos da Área Metropolitana do Porto (AMP) estão, esta semana, entre os que apresentam maior risco de transmissão da Covid-19 em Portugal, de acordo com os dados divulgados pelo Governo esta quinta-feira, na sequência de mais uma reunião do Conselho de Ministros. No total, são já 90 em todo o território continental: 47 de risco “muito elevado” e 43 de risco “elevado”.

Fazendo um zoom sobre a AMP, verifica-se que ao Porto e a Santo Tirso, que se mantêm na lista dos concelhos de “risco muito elevado” – com mais de 240 casos por 100 mil habitantes a 14 dias – juntaram-se esta semana Matosinhos e Vila Nova de Gaia. A Trofa manteve-se na lista do “risco elevado” – mais de 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias – e está agora acompanhada pelos concelhos de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Paredes, Póvoa de Varzim e Valongo.

Quer isto dizer que, em todos estes concelhos, aplica-se a regra anunciada na semana passada pelo Governo: para jantar no interior de um restaurante, a partir das 19h00 de sexta-feira e durante o fim de semana, será preciso, ao cliente, apresentar um certificado digital Covid ou um teste negativo. Documentos que serão também exigidos no acesso a uma unidade de alojamento – neste caso, seja qual for o dia da semana ou a hora.

Em todos os concelhos, de risco elevado e muito elevado, aplica-se também o dever de recolher obrigatório entre as 23h00 e as 05h00.

Área Metropolitana do Porto Base do Mapa: Área Metropolitana do Porto

As regras são as seguintes. Para os concelhos de risco “muito elevado”:

  • Limitação da circulação na via pública a partir das 23h00.
  • Restaurantes podem funcionar até às 22h30. Às sextas-feiras a partir das 19h00 e aos sábados, domingos e feriados durante todo o dia, o acesso a restaurantes para serviço de refeições no interior está permitido apenas aos portadores de certificado digital ou teste negativo. A limitação do número do número de pessoas por mesa mantém-se: máximo de 4 pessoas por mesa no interior e de 6 pessoas por mesa na esplanada;
  • Exigência de certificado digital ou teste negativo para o acesso a estabelecimentos turísticos e de alojamento local;
  • Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
  • Espetáculos culturais até às 22h30;
  • Casamentos e batizados com 25% da lotação;
  • Comércio a retalho alimentar até às 21h00 durante a semana e até às 19h00 ao fim de semana e feriados;
  • Comércio a retalho não alimentar e prestação de serviços até às 21h00 durante a semana e até às 15h30 ao fim de semana e feriados;
  • Permissão de prática de modalidades desportivas de médio risco, sem público;
  • Permissão de prática de atividade física ao ar livre até seis pessoas e ginásios sem aulas de grupo;
  • Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela DGS;
  • Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Para os concelhos de risco “elevado” são:

  • Limitação da circulação na via pública a partir das 23h00.
  • Restaurantes podem funcionar até às 22h30. Às sextas-feiras a partir das 19h00 e aos sábados, domingos e feriados durante todo o dia, o acesso a restaurantes para serviço de refeições no interior está permitido apenas aos portadores de certificado digital ou teste negativo. A limitação do número do número de pessoas por mesa mantém-se: máximo de 6 pessoas por mesa no interior e de 10 pessoas por mesa na esplanada;
  • Exigência de certificado digital ou teste negativo para o acesso a estabelecimentos turísticos e de alojamento local;
  • Teletrabalho obrigatório quando as atividades o permitam;
  • Espetáculos culturais até às 22h30;
  • Casamentos e batizados com 50% da lotação;
  • Comércio a retalho alimentar, não alimentar e prestação de serviços até às 21h00;
  • Permissão de prática de todas as modalidades desportivas, sem público;
  • Permissão de prática de atividade física ao ar livre e em ginásios;
  • Eventos em exterior com diminuição de lotação, a definir pela Direção -Geral da Saúde (DGS);
  • Lojas de Cidadão com atendimento presencial por marcação.

Em situação de “alerta”, isto é, sem as medidas restritivas previstas para os dois níveis de risco, mas com valores que os aproximam dessas listas, estão 30 concelhos, três deles da Área Metropolitana do Porto: Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vila do Conde.

Assim, e olhando à totalidade do território continental estão 47 concelhos na lista do risco “muito elevado”:

Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Aveiro, Avis, Barreiro, Benavente, Cascais, Elvas, Faro, Ílhavo, Lagoa, Lagos, Lisboa, Loulé, Loures, Lourinhã, Mafra, Matosinhos, Mira, Moita, Montijo, Nazaré, Odivelas, Oeiras, Olhão, Oliveira do Bairro, Palmela, Peniche, Portimão,  Porto, Santo Tirso, São Brás de Alportel,  Seixal, Sesimbra, Setúbal, Silves, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço,  Vagos, Vila Franca de Xira,  Vila Nova de Gaia  e Viseu.

43 concelhos no risco “elevado”:

Alcobaça, Alenquer, Arouca, Arraiolos, Azambuja, Barcelos, Batalha, Bombarral, Braga, Cantanhede, Cartaxo, Castro Marim, Chaves, Coimbra, Constância, Espinho, Figueira da Foz, Gondomar, Guimarães, Leiria, Lousada, Maia, Monchique, Montemor-o-Novo, Óbidos, Paredes, Paredes de Coura, Pedrógão Grande, Porto de Mós, Póvoa de Varzim, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém, Santiago do Cacém, Tavira, Torres Vedras, Trancoso, Trofa, Valongo, Viana do Alentejo, Vila do Bispo, Vila Nova de Famalicão e Vila Real de Santo António.

E, na única lista que “emagreceu” em relação à semana passada, há 30 concelhos em “alerta”:

Águeda, Alcoutim, Aljustrel, Amarante, Anadia, Cadaval, Caldas da Rainha, Castelo de Paiva, Estarreja, Fafe, Felgueiras, Guarda, Marco de Canaveses, Marinha Grande, Mogadouro, Montemor-o-Velho, Murtosa, Ourém, Ovar, Paços de Ferreira, Penafiel, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Serpa, Valpaços, Viana do Castelo, Vila do Conde, Vila Real, Vila Viçosa, Vizela

País continua “no vermelho”

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, afirmou na conferência de imprensa que a “situação continua a degradar-se” em Portugal, olhando à matriz de risco. A taxa de incidência, por exemplo, voltou a subir, estando agora nos 346.5 casos por 100 mil habitantes, quando era de 254.8 há apenas uma semana. Já o Rt, isto é, o risco de transmissão, baixou de 1.20 para 1.15, o que faz o Governo identificar uma “diminuição na velocidade de crescimento” da transmissão, sem deixar de sublinhar que a incidência “ainda é muito elevada”.

O Governo decidiu, contudo, não ir além das medidas previstas pela matriz de risco. Se há duas semana anunciou o recolher obrigatório, e se há uma semana informou a imposição do certificado covid e dos testes à entrada de restaurantes e hotéis, desta vez o Executivo diz que prefere aguardar pela próxima reunião no Infarmed, marcada para o dia 27 de julho, para analisar possíveis alterações no âmbito da situação de calamidade em que o país se encontra.

Nesta reunião do Conselho de Ministro foi ainda aprovado um decreto-lei que concretiza uma medida que tinha sido anunciada na semana passada: a disponibilização de autoteste em supermercados e hipermercados.