A Biblioteca de Almeida Garrett, no Porto, vai acolher esta quinta-feira à noite, um debate público sobre a futura ponte de metro que vai ligar a Invicta a Vila Nova de Gaia. A iniciativa é promovida pelo “Jornal de Notícias” e pela rádio TSF, tendo a parceria dos dois municípios envolvidos. Aos presidentes de ambas as autarquias – Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues – caberá fazer as intervenções iniciais da discussão que tem arranque marcado para as 21h30.

O programa do evento propõe juntar aos responsáveis políticos alguns especialistas das áreas da engenharia, arquitetura, arquitetura paisagista e transportes.

As faculdades do polo do Campo Alegre da Universidade do Porto, que têm contestado publicamente a cota, o perfil e o traçado escolhido para a futura ponte, vão estar representadas no debate, bem como o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga. A inscrição prévia no debate é gratuita, mas obrigatória.

Programa 

21h30 | Abertura
Rui Moreira, Presidente da CM Porto
Eduardo Vítor Rodrigues, Presidente da CM Vila Nova de Gaia

21h45 | Perspetivas
Joaquim Poças Martins, Ordem dos Engenheiros Região Norte
João Pedro Xavier, Diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP)
Teresa Marques, Arquiteta paisagista da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP)
Álvaro Costa, Engenheiro especialista em transportes
Tiago Braga, Presidente da Metro do Porto

22h45 | Debate
Teresa Calix, Arquiteta e vice-diretora da FAUP
João Teixeira, Presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP)
Paulo Farinha Marques, Arquiteto paisagista da FCUP
Moderação: Rafael Barbosa

Concurso suspenso

Ontem, quarta-feira, foi também notícia a suspensão do concurso para a construção da ponte. O “travão” no processo decorre do facto de o Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto ter aceite analisar o pedido de impugnação do concurso apresentado por uma das propostas não escolhidas pelo júri – a do engenheiro Adão Fonseca.

Segundo a edição desta quinta-feira do “JN”, esta decisão pode parar o concurso por um prazo de um a dois meses. A ponte tem que ficar concluída até 2025, para poder beneficiar do financiamento dos Plano de Recuperação e Resiliência.

Recorde-se que a 18 de outubro, foram anunciadas, numa cerimónia pública, as três propostas finalistas do concurso. São elas as apresentadas pelo Gabinete Edgar Cardoso, que ficou em primeiro lugar, a da Coba Consultores e da Betar Consultores, respetivamente o segundo e terceiro classificados.

Ainda esta quinta-feira, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, assina no JN um artigo de opinião em defesa das opções tomadas pela empresa, ministério e autarquias. Além de defender a opção por uma ponte reservada ao metro, às bicicletas e peões, o ministro defende também o traçado em planta escolhido para a infraestrutura.

“Havia dois caminhos possíveis”, conta o governante. “Um, entre a Faculdade de Letras e a Faculdade de Arquitetura; o outro a nascente da Faculdade de Letras. Esta segunda hipótese seria sobre a Rua de D. Pedro V, teria um desenvolvimento maior, pois aí o vale é mais suave, e estragaria os Caminhos do Romântico. Logo, a melhor opção era a primeira, muito menos impactante”, defende.

A cota, à altura da Ponte da Arrábida, e a não colocação de pilares no rio são outras das opções defendidas no texto pelo ministro. Matos Fernandes sai assim em defesa do processo e diz que é preciso aguardar pela próxima fase: a de projeto. “Nele se discutirá com detalhe a inserção urbana e melhorar-se-á o projeto, as amarrações nas encostas e os seus impactos. Deve o projetista escolhido trabalhar intensamente com as autarquias, a Metro do Porto, a Universidade e demais interessados na sua melhoria”, conclui.