Há muito reclamadas, as obras de reabilitação da Ponte Luís I já têm data marcada para o arranque. A partir das 00h00 da próxima quinta-feira, 14 de outubro, vai ser encerrado o trânsito automóvel no tabuleiro inferior da ponte para dar início à empreitada de reabilitação e reforço do equipamento. A informação foi avançada esta quarta-feira pela Infraestruturas de Portugal, responsável pela intervenção.

Numa nota de imprensa, a IP informa que “será permitida a passagem de peões em situação condicionada através de plataformas montadas para o efeito”. Já o trânsito automóvel vai ser encerrado por um período “de aproximadamente 12 meses”. O custo da obra está orçado em 3,3 milhões de euros.

A circulação automóvel vai assim ser desviada para outras vias. A Câmara Municipal do Porto, no seu site de notícias, deixa algumas recomendações: “quem circular na zona da Ribeira ou zona central do Porto, e pretender aceder à margem de Vila Nova de Gaia, deverá seguir em direção à Ponte do Infante. Já o trânsito proveniente da zona oriental da cidade será encaminhado para a Ponte do Freixo, ao passo que o tráfego rodoviário da zona ocidental terá como acesso preferencial a Ponte da Arrábida. Todas estas recomendações estarão devidamente sinalizadas pela Câmara do Porto, que colocará, durante os próximos dias, sinalização adequada para o efeito”, informa a autarquia.

Os objetivos da intervenção passam por “reparar um conjunto de anomalias já identificadas, a maioria das quais relacionada com a corrosão superficial de elementos metálicos”.

A IP diz que é também “necessária a substituição pontual de rebites, a retificação de chapas deformadas, a manutenção dos aparelhos de apoio, a substituição das juntas de dilatação, a reparação das portas de acesso aos encontros e a reabilitação dos serviços afetados.”

Vão ainda ser reforçados os banzos superiores das vigas e será substituído o piso, muito degradado atualmente.

“Com o presente projeto pretende-se também conferir à ponte e em particular ao tabuleiro inferior uma capacidade resistente compatível com as sobrecargas rodoviárias atuais, pelo que a construção de um novo tabuleiro, permitirá eliminar a limitação de circulação de veículos com peso bruto superior a 30 toneladas, passando a ser admissível a circulação de veículos com peso bruto até 60 toneladas”, informa a IP.

Outro dos aspetos que vai ser corrigido e que era sentido particularmente por quem atravessava a ponte no contexto de eventos como a noite de São João ou a Maratona do Porto é a vibração da ponte quando atravessada por grupos grandes de peões. Essa vibração horizontal será controlada “à custa do aumento da rigidez e aumento da massa do tabuleiro”, garante a IP.

Construída em finais do século XIX, a Ponte Luiz I tem desde 2005 o tabuleiro superior exclusivamente dedicado à circulação do metro, sendo o tabuleiro inferior atravessado por automóveis e peões. Com o objetivo de aligeirar a carga a que o tabuleiro de baixo tem sido sujeito, os municípios do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram, em 2018, a criação de uma nova ponte.

Mas a Ponte D. António Francisco dos Santos, que nascerá entre as pontes do Freixo e São João, ligando à cota baixa a zona de Quebrantões, em Gaia, e a Avenida Paiva Couceiro, no Porto, está prevista, na melhor das hipóteses, para o segundo semestre de 2025. O concurso internacional para a conceção e construção da ponte foi lançado em junho.

Há uma sétima ponte prevista para atravessar o Douro, cujo concurso foi lançado em março deste ano, mas que servirá unicamente para servir o Metro do Porto, numa ligação entre o Campo Alegre e as Devesas.