Em jogo a contar para a oitava jornada da Liga Bwin, o Boavista deslocou-se, este domingo, ao reduto do SC Braga, onde conseguiu um empate a duas bolas. Petar Musa abriu o marcador para a equipa portuense e Yusupha fechou a contagem já nos últimos minutos do tempo regulamentar. Para os arsenalistas, marcaram Iuri Medeiros e Ricardo Horta, num estádio ainda com muitos lugares vazios – à beira dos 25% da lotação, segundo dados da Liga -, mas onde as claques das duas equipas se fizeram ouvir ao longo de todo o encontro.

João Pedro Sousa, técnico axadrezado, apostou no habitual sistema tático de 3-4-3, com cinco novidades no onze inicial. Entre elas estavam os defesas Marcelo e Ilori, o médio Vukotic e o avançado Yusupha.

Já o treinador da formação minhota, Carlos Carvalhal, também fez alinhar a sua equipa em 3-4-3, com Sequeira como falso central e com Tormena e os médios Castro e Yan Couto, a serem as novidades no onze. 

Erros que valem golos

O primeiro tempo começou bem disputado, mas com o Braga a ter maior iniciativa de jogo. A formação minhota aproveitou várias vezes o espaço deixado entre os centrais e os laterais da formação boavisteira, que se mostrou débil e cedeu as costas por várias vezes.

A primeira oportunidade de golo pertenceu à equipa da casa. Aos 11 minutos, Diogo Leite desferiu um remate que não passou muito ao lado da baliza das panteras. 

Na resposta, o Boavista acabou mesmo por inaugurar o marcador. Gustavo Sauer ensaiou o centro, a partir da zona direita do ataque axadrezado, mas a bola desviou no médio bracarense Al Musrati e só parou nos pés de Petar Musa, após má abordagem de Vitor Tormena já no coração da área. O avançado axadrezado só teve de finalizar e desbloquear o nulo aos 12 minutos de jogo.

A desvantagem não abalou os arsenalistas que foram em busca do golo do empate. E por pouco não o viram sair dos pés de André Castro que rematou à figura do guardião Alireza Beiranvand.

À passagem do minuto 25, o tento dos “Gverreiros” do Minho acabaria mesmo por surgir. Al Musrati colocou a bola em Galeno, com um passe divinal que sobrevoou a defesa do Boavista. O extremo brasileiro não se mostrou egoísta e assistiu Iuri Medeiros que, de baliza aberta, só teve de encostar.

A primeira parte manteve-se bem disputada e repartida até ao soar do apito final. Destaque para o cartão amarelo mostrado ao médio boavisteiro Sebastian Pérez, ainda como suplente, por protestos.

Cartuchos desperdiçados e amargura no final

A segunda parte começou à imagem da primeira. O SC Braga mostrava-se mais ofensivo e, logo aos 52 minutos, Yan Couto assistiu de forma sublime Ricardo Horta que, com um remate cruzado, colocou os arsenalistas na frente do marcador. Estava feita a remontada.

Cinco minutos depois, o mesmo Ricardo Horta serviu Mário González, mas o avançado espanhol, já dentro da área, atirou de forma frouxa para as mãos do guardião boavisteiro.

À medida que o tempo ia passando, era a formação minhota que se mostrava mais ofensiva e perigosa na partida. Aos 66 minutos, Iuri Medeiros atirou ao lado da baliza axadrezada, após bela jogada coletiva. Sete minutos depois, Horta lançou Galeno que atirou para nova defesa de Beiranvand.

A partida parecia controlada para os comandados de Carlos Carvalhal e tudo indicava que os três pontos já não escapavam ao Braga. Mas aos 89 minutos e contra a corrente do jogo, veio a amargura braguista.

Jogada tripartida do Boavista, com Sauer a lançar Gorré que aguentou a defesa minhota, tocou para Yusupha que, descaído do lado direito, atirou para o empate num golo “de se tirar o chapéu”. As panteras igualavam a partida que não mais se alterou até ao final.

Com este empate, o Boavista cai para o oitavo lugar da tabela classificativa. Já o Braga desce para o sexto posto, depois de o Portimonense ter vencido o Benfica na Luz e com essa vitória ter ascendido ao quinto lugar da tabela.

“Vínhamos com ideias de disputar o jogo”

No final do encontro, João Pedro Sousa considerou que a sua equipa teve uma boa abordagem do jogo e que a ideia não era  baixar os braços: “Entramos bem no jogo, organizados e vínhamos com ideia de disputar o jogo”, afirmou.

O treinador axadrezado assumiu ainda que as lesões “não permitem ao Boavista ter mais opções” e espera que a paragem para os compromissos internacionais, venha ajudar as panteras nesse aspeto.

Já Carlos Carvalhal assume que a sua equipa teve “inúmeras ocasiões para sentenciar o jogo”, bem como para levar a melhor. O técnico dos arsenalistas afirma que a sua equipa “tem de retificar muitos erros”.

No próximo dia 17 de outubro, os axadrezados deslocam-se a Vila do Conde, para defrontarem o Rio Ave para os 32-avos da Taça de Portugal. Também no dia 17, os minhotos defrontam o Moitense, para a mesma eliminatória da Prova Rainha.

Artigo editado por Filipa Silva