A nona edição do Cultura em Expansão inicia-se em março e conta com mais de 50 espetáculos. O projeto tem o objetivo de levar a cultura a locais pouco convencionais do Porto. O evento de apresentação do programa contou com a atuação de Rui Reininho.

O projeto, iniciado em 2014, apresenta vários eventos ao longo do ano, que abrangem diversas áreas artísticas e culturais, de forma gratuita. Foto: Mafalda Oliveira/JPN

O Cultura em Expansão apresentou, esta quarta-feira (16), a programação para 2022. O evento contou com a intervenção de Sílvia Fernandes, Coordenadora Geral do programa e dos responsáveis pela programação de cada um dos quatro territórios de atuação – Gustavo Costa da Sonoscopia (Associação de Moradores de Bouça), Rodrigo Malvar do Teatro do Frio (Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira), Miguel Ramos da Confederação (Grupo Musical de Miragaia) e Jorge Palinhos, do Visões Úteis (Associação Nun’Alvares de Campanhã).

O projeto, iniciado em 2014, apresenta vários eventos ao longo do ano, que abrangem diversas áreas artísticas e culturais, de forma gratuita. Os espetáculos têm lugar em espaços pouco convencionais, que geralmente não fazem parte dos palcos tradicionais. A organização adianta que esta edição “pretende dar continuidade à abordagem estabelecida na edição anterior, marcada pelos diferentes projetos de co-criação artística”.

Depois de dois anos “particularmente difíceis” devido à pandemia, a nona edição do Cultura em Expansão apresenta um programa que se estende ao longo do ano. De março a dezembro, o projeto vai impulsionar mais de 50 espetáculos nas zonas de Bouça, Campanhã, Pasteleira e Miragaia.

Rui Moreira na apresentação do programa Cultura em Expansão 2022. Foto: Mafalda Oliveira/JPN

O Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, marcou presença no evento e reconheceu a importância que esta iniciativa constitui para “o acesso à cultura e possibilidade de expressão artística”. O Presidente reforça que o objetivo para este ano é “dar continuidade ao trabalho que já tem sido feito” e garantiu que este projeto tem contribuído para “uma maior coesão na relação entre o tecido comunitário e as estruturas artísticas que também habitam estes espaços”.

Após a revelação do programa, subiu a palco Rui Reininho, que levou o público a embarcar num viagem por “20.000 Éguas Submarinas”, o mais recente registo do artista.

Atuação de Rui Reininho em torno do álbum “20.000 Éguas Submarinas”. Foto: Mafalda Oliveira/JPN

Uma programação diversificada

Na Pasteleira, onde opera o Teatro do Frio, prevê-se a continuidade do projeto Oficina (In)Comum, promovido pelo coletivo Ponto Parágrafo, que se iniciou na edição passada e pretende desenvolver “estruturas físicas para apoio à promoção e realização dos espetáculos”; o espetáculo “Los Viajes de Bowa”, da companhia madrilena la Gata Japonesa, numa parceria com o festival Trengo – Festival de Circo do Porto, promovido pela Erva Daninha (10 de julho); e o “Baile dos Discos Amadeu”, um projeto de Ruca Bourbon baseado na coleção de discos de um morador do bairro, numa reinterpretação “na fronteira entre o baile típico, a videoarte, o tasco e a performance” (15 de outubro).

Miragaia recebe a mini-conferência para o público mais jovem com o mote “Para que serve a cultura?”, apresentada por José Maria Vieira Mendes (27 de março). O intuito desta conferência será “introduzir o pensamento, a filosofia e a ideia de pergunta ou questionamento às geração mais novas, de forma lúcida e descomplexada”.

Ainda no Auditório do Grupo Musical de Miragaia, Rita Neves e Patrícia Couveiro apresentam a peça “Corpo Suspenso”, sobre memórias de um homem que viveu a Guerra Colonial, que explora a ideia do “corpo como lugar de memórias” (7 de abril); e um cine-concerto em torno da obra de Karl Valentin e os seus intérpretes cómicos, da responsabilidade de João Lima, Inês Meira e Manuel Brásio (8 de maio).

A organização adianta que esta edição “pretende dar continuidade à abordagem estabelecida na edição anterior”. Foto: Mafalda Oliveira/JPN

O Programa para Campanhã, território onde atua a Visões Úteis, inclui o concerto-documental “NinaNinar” de Telma Pereira, Carlos Garcia e Ariel Pinheiro, uma apresentação com “canções de embalar de diferentes nacionalidades recolhidas em Lisboa” e que terá agora uma adaptação local (21 de maio); uma peça teatral em torno dos caminhos de ferros, “O meu amor virá de comboio”, de Sónia Barbosa / Ritual de Domingo (29 de outubro); e o projeto TRIC – Tardes Regaladas nas Ilhas de Campanhã, procura unir habitantes e visitantes das ilhas da freguesia em torno das suas histórias.

Na Bouça, a música terá grande destaque, contando com a presença de Fred Frith & Susana Santos Silva (4 de março); Ece Canli, Lea Tarragona e Marta Vuduvum (1 de abril); Joana Sá e Henrique Fernandes (6 de maio); Jérôme Noetinger e @c (22 de julho); e Will Guthrie, Mário Costa e Jorge Queijo (18 de novembro), parcerias incentivadas pelo Grupo Operário do Ruído. A edição deste ano de “Obras Portuenses da Década de 20” fica a cargo dos compositores Álvaro Salazar, Cândido Lima, Ângela Lopes e Isabel Soveral.

Dia 25 de abril, a habitual celebração da Liberdade, terá lugar na Associação de Moradores da Bouça, este ano com a atuação de Lena d’Água.

A programação Satélite apresenta uma adaptação da peça “Vizinhança Ferida”, da companhia argentina Matemurga (14 de abril) e o projeto “A Guilda do Bonfim”, em co-produção com a Lovers & Lollypops (16 de julho).

Por último, o TAG, criado pela companhia Visões Úteis, é um dos projetos de continuidade nesta edição de 2022. O objetivo é dar a conhecer “as muitas cidades que existem dentro da mesma cidade” e juntar numa plataforma online “obras breves de música, escrita e imagem” dos quatro territórios do Cultura em Expansão.  Neste sentido, de março a dezembro vão decorrer várias oficinas orientadas por artistas, de participação livre.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha