O fundador do Teatro da Cornucópia e dos Artistas Unidos, faleceu esta noite, com 73 anos, após estar internado com cancro, no Hospital da Luz, em Lisboa.

Jorge Silva Melo, fundador dos Artistas Unidos, faleceu aos 73 anos. Foto: Jorge Gonçalves

Cineasta, dramaturgo, editor, tradutor, cronista e pai do Teatro Contemporâneo Português. Jorge Silva Melo faleceu aos 73 anos e deixa uma obra extensa e uma marca profunda na cultura em Portugal. Morreu esta noite (14 de março) não resistindo a um cancro que o levou ao internamento no Hospital da Luz, em Lisboa. A morte foi confirmada pela Casa dos Artistas. Fundador do Teatro da Cornucópia, com Luís Miguel Cintra, e dos Artistas Unidos, Jorge Silva Melo era considerado uma enorme figura do teatro e da arte portuguesa.

Nasceu a 7 de agosto de 1948, em Lisboa, tendo passado a sua infância em Angola. Quando regressa a Portugal, para estudar Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, inicia-se no mundo da dramaturgia.

Mais tarde, trocava o palco pela tela e rumo a Londres iniciou os estudos em cinema na London Film School com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Foi responsável por alguns dos mais emblemáticos títulos do cinema português, como “Passagem” ou “A Meio Caminho” (1980), “Ninguém Duas Vezes” (1985), “Agosto” (1987) ou “Coitado do Jorge” (1993).

1968 – Avignon Foto: Luis Miguel Cintra/Via Facebook Teatro de São Luíz

Chega a realizador na década de 80. Contudo, já anos antes florescia nesse mundo como assistente de realização ou diretor de produção. João César Monteiro, Paulo Rocha, Alberto Seixas Santos ou António-Pedro Vasconcelos foram alguns dos nomes que assistiu nos primeiros da carreira cinematográfica.

Jorge Silva Melo preparava-se para estrear a peça Vida de Artistas, de Noel Coward, no próximo dia 23, no Teatro Municipal São Luiz. Segundo o post oficial do Teatro Municipal São Luiz, na página de Facebook, a peça vai estar em cena tal como previsto, de dia 23 de março a 10 de abril. “Como previsto e desejado pelo Jorge, estreamos a sua última encenação na próxima quarta-feira, 23, aqui no São Luiz. Continuaremos com ele no tudo que nos deixou escrito e filmado, no tudo que nos contou, nos mundos que nos abriu”, publicou a página do Teatro.

Artistas e personalidades como Nuno Lopes, Maria Rueff, Paula Neves, José Condessa, mostraram o seu pesar pela morte do que todos consideravam o “pai do teatro contemporâneo português”, incluindo o Governo português. O ministério da Cultura escreve: “Serviu a liberdade, dedicou toda a sua energia ao teatro e ao cinema, viveu sempre sob o lema do amor e do respeito pelo outro. Criou histórias, construiu espaços, ergueu atrizes e atores, levantou companhias.”

 

 

 
 
 
 
 
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Artigo editado por Filipa Silva