Foi perante um Coliseu do Porto repleto de apoiantes que Pinto da Costa apresentou a recandidatura ao seu "último mandato", que garante que cumprirá até ao fim. O atual presidente do FC Porto mostrou-se emocionado.

Jorge Nuno Pinto da Costa é presidente do FC Porto desde 1982. Apresenta candidatura a um 16.º mandato.

Foi com uma receção calorosa e perante uma plateia repleta que Jorge Nuno Pinto da Costa anunciou, no Coliseu do Porto, este domingo (4), a sua recandidatura à presidência do FC Porto. O atual presidente do clube, no cargo desde 1982, anunciou ainda que este vai ser “certamente” o seu último mandato, no caso de ser eleito, e que o vai cumprir até ao fim. “Este será certamente o meu último mandato, sem dúvida, mas vou cumpri-lo até ao fim. Não é intenção deixar a meio para abrir a porta a quem quer que seja”, garantiu.

Pinto da Costa aproveitou o momento para alfinetar André Villas-Boas, antigo técnico dos dragões e candidato às eleições de abril, destacando a importância de compromisso e estabilidade na liderança do clube: “Espero que quem quer que venha a candidatar-se apresente também o seu currículo. Não basta dizer que sonhou com a cadeira de sonho que hoje pode estar aqui e amanhã acolá.”

Em relação à possível venda de uma parte da SAD portista, o presidente assegurou que o FC Porto permanecerá nas mãos dos adeptos, rejeitando propostas que busquem transformar o clube no que apelidou de “entreposto de negócios com árabes”. “Não, aqui o FC Porto será sempre o dono da SAD do FC Porto. Quando se iniciou, creio que em 1999, e se criaram as SAD, o FC Porto tinha apenas 40% do seu capital. Hoje temos 74%”, afirmou.

Sobre as contas do clube, que em novembro apresentou um prejuízo de 2,43 milhões de euros relativos ao exercício de 2022/23, o responsável máximo pelos dragões deixou uma mensagem de descanso aos adeptos: “Tinha condicionado a minha recandidatura a três factos: passagem aos oitavos da Champions, o que foi a batalha e arma de arremesso às minhas direções, já se calaram; as contas positivas e os capitais próprios positivos. Não vou poder revelá-los por imposição da lei e da CMVM, posso dizer que, se estou aqui, é porque dentro de uma ou duas semanas teremos saldo positivo em algumas dezenas de milhões de euros e os capitais próprios positivos”, garantiu.

Também abordou no discurso temas como a renovação, até 2028, de contratos de jogadores como Wenderson Galeno, Danny Namaso e Gonçalo Ribeiro, este último guarda-redes da equipa B com 18 anos, e referiu a contratação, na semana passada, do defesa brasileiro Otávio Ataíde, proveniente do Famalicão. O atual presidente dos dragões, que corre para o 16.º mandato à frente do clube, enfatizou também o compromisso de concluir o centro de estágio na Maia, há muito anunciado mas inda não concretizado: “Concluir o nosso centro de estágio na Maia é um dos nossos objetivos, apesar dos esforços de boicote. Será lá que vamos ter o centro”.

A parte mais emocionada da cerimónia, e após o final do discurso, quando desceu do palco, Pinto da Costa, abraçou Sérgio Conceição: “O Sérgio Conceição é o treinador do FC Porto, teve um gesto que me surpreendeu e sensibilizou muito, de vir aqui dar-me o seu apoio. Para mim, além de treinador, o Sérgio Conceição é meu amigo para a vida. O que desejo como portista é que ele continue”, declarou no final aos jornalistas. Pinto da Costa aproveitou também para enviar “um abraço” a Fernando Madureira, na sequência da detenção do líder dos Super Dragões no âmbito da Operação Pretoriano. Do rol de agradecimentos especiais, fez também parte o ministro da Saúde presente na primeira fila: “Permitam-me que só pela coragem que demonstra e dedicação ao FC Porto agradecer ao doutor Manuel Pizarro o estar aqui no meio de nós”.

No contexto das eleições para os órgãos sociais do FC Porto no período de 2024-2028, programadas para abril, além de Pinto da Costa concorrem o empresário Nuno Lobo, anterior candidato derrotado em 2020, e André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal do FC Porto. 

Artigo editado por Filipa Silva