O Presidente do Chile decretou estado de exceção e dois dias de luto nacional. As autoridades chilenas destacaram que este é o maior desastre natural desde o terramoto de 2010. A UE ofereceu apoio ao Chile para combater os incêndios.

Os incêndios têm ameaçado as populações das regiões de Viña del Mar e Valparaíso Foto: Gabriel Borac/Instagram

Os incêndios que deflagraram, na sexta-feira (2), na região de Valparaíso, no centro do Chile, já provocaram pelo menos 123 mortos, de acordo com Marisol Prado, diretora do Serviços de Medicina Legal. As autoridades locais afirmaram ainda que centenas de pessoas estão desaparecidas.

As autoridades chilenas destacaram que este é o maior desastre natural desde o terramoto de 2010, que provocou mais de 500 mortos no Sul do país. “Estamos diante de uma tragédia de grande magnitude”, afirmou o Presidente do Chile, Gabriel Boric.

Os incêndios têm ameaçados as populações das regiões de Viña del Mar e Valparaíso, duas cidades muito procuradas por turistas. O número de mortos aumentou desde domingo (51 mortos).

Presidente chileno declarou estado de exceção após incêndios devastadores em Valparaíso

Presidente chileno esteve em Quilpué, na região de Valparaíso Foto: Gabriel Boric/Instagram

O Presidente do Chile decretou, na sexta-feira (2), estado de exceção para mobilizar todas as forças chilenas de combate a incêndios e e dois dias de luto nacional. Gabriel Boric referiu ainda que o número de mortos vai continuar a aumentar de forma significativa. “Estamos juntos, todos nós, a lutar contra a emergência. A prioridade é salvar vidas“, assegurou o Presidente chileno.

Até ao momento, cerca de 165 incêndios continuam ativos, segundo os dados oficiais do Serviço Nacional de Prevenção e Resposta a Desastres do Chile. Mais de 450 bombeiros foram mobilizados para as 10 regiões afetadas para combater as chamas.

Num comunicado, o Ministério da Habitação estima que os incêndios tenham afetado entre três mil e seis mil habitações. “As autoridades estão convictas de que este seja o incêndio florestal mais mortífero no país. Muitas das pessoas afetadas estavam de visita à região, conhecida pelas praias e produção de vinho, durante as férias de verão.”, pode ler-se, segundo a RTP Notícias.

A chegada dos serviços de resgate às áreas mais afetadas tem sido dificultada pelas condições meteorológicas. No entanto, a ministra do Interior, Carolina Tohá, apontou, de acordo com a RTP Notícias, que as condições das últimas horas pareciam ser mais favoráveis.

Carolina Tohá explicou que se trata de um fenómeno característico da costa do Pacífico que potencia a formação de nuvens, humidade elevada e, consequentemente, uma diminuição da temperatura. A ministra afirmou ainda que “as condições atuais são mais favoráveis para atender as vítimas e controlar os incêndios”.

União Europeia ofereceu ajuda ao Chile para o combate aos incêndios

A União Europeia expressou solidariedade e ofereceu ajuda ao Chile, no âmbito do combate aos incêndios. “O Chile enfrenta mais uma vez incêndios devastadores com inúmeras mortes. Transmito o meu apoio e solidariedade ao Governo e ao povo chileno, a UE está pronta para colaborar e fornecer ajuda nestes tempos difíceis“, afirmou o alto representante para a Política Externa e de Segurança da União Europeia, Josep Borrell, numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).

Apesar de os incêndios florestais serem comuns durante o verão no hemisfério sul, o número de mortos provocados pelos incêndios, que deflagraram na região de Valparaíso, é significativo em comparação com os anteriores, tornando-se na segunda maior catástrofe nacional desde o terramoto de 2010.

A onda de calor, associada ao fenómeno climático El Niño, afeta atualmente o sul da América Latina, provocando incêndios florestais. Nos próximos dias, Argentina, Paraguai e Brasil poderão ser também afetados pela onda de calor.

Editado por Inês Pinto Pereira