As atenções do público estão voltadas para a Costa do Marfim e para o Qatar para acompanhar as derradeiras fases das competições continentais que marcam o início de 2024. Ambas as provas ainda têm jogadores de clubes portugueses envolvidos.

A Nigéria é uma das favoritas a ganhar a CAN. Foto: CAF/Twitter

As meias-finais da Taça Asiática arrancam esta terça-feira com a Jordânia a defrontar a Coreia do Sul às 15h00 (hora de Portugal continental), no Ahmad bin Ali Stadium, no Qatar. A segunda meia-final será jogada amanhã, quarta-feira, à mesma hora com o Irão, de Mehdi Taremi, a jogar contra os anfitriões. A final four da Taça das Nações Africanas (CAN, na sigla francesa) também já está definida e será jogada amanhã: Nigéria-África do Sul às 17h00 e Costa do Marfim-República Democrática do Congo às 20h00.

Pela primeira vez na história, a Jordânia marca presença nas meias-finais da Taça Asiática. Os Nashama têm vindo a surpreender na competição e alcançaram esta fase depois de eliminarem o Tajiquistão por 1-0. Defrontam agora a Coreia do Sul, pela segunda vez nesta edição da prova, depois de terem empatado a duas bolas na fase de grupos.

Os tigres asiáticos têm sido alvo de alguma contestação por parte dos adeptos devido à falta de qualidade demonstrada nas exibições. A seleção era vista como uma das favoritas e, apesar de estar na fase final da prova, ainda só venceu um jogo no tempo regulamentar. Depois de dois empates na fase de grupos, só um golo aos 90+9 e os penáltis é que salvaram os sul-coreanos nos oitavos de final frente à Arábia Saudita. Porém, a “estrelinha” parece estar com a seleção treinada por Jürgen Klinsmann, uma vez que, nos quartos de final, um penálti de Hwang Hee-Chan, avançado dos Wolves, aos 90+6 e um golo de Son Heung-Min, avançado do Tottenham, no prolongamento voltaram a salvá-los de uma eliminação surpreendente contra a Austrália.

Na outra meia-final, o Irão espera dar continuidade ao bom momento de forma, depois de ter eliminado o grande favorito Japão nos quartos de final. Já o Qatar tem aproveitado a vantagem caseira e chega a esta fase depois de uma vitória nos penáltis frente ao Uzbequistão.

Meias-finais da CAN são amanhã

Em África, a Nigéria, treinada por José Peseiro, tem-se vindo a destacar pela sua defesa impenetrável na CAN. As super águias têm apenas um golo sofrido em toda a competição e esperam continuar este registo no encontro frente à África do Sul. Os anfitriões do Mundial 2010 eliminaram, com grande surpresa, Marrocos, semifinalistas do Mundial 2022, nos oitavos de final.

É a segunda vez que a Costa do Marfim recebe a Taça das Nações Africanas e o país anfitrião tem aproveitado a vantagem caseira. Após uma fase de grupos atribulada, na qual passaram como “último melhor” terceiro lugar com apenas uma vitória em três jogos, a seleção costa-marfinense, surpreendentemente, despediu o treinador a meio da competição. Porém, este susto inicial parece ter feito bem aos elefantes. O treinador interino, Emerse Faé, afirma que a “seleção morreu mas foi ressuscitada” num espaço de dias e é agora uma das favoritas à conquista da competição. A única equipa que os separa da final é a RD Congo, que já eliminou o Egito de Rui Vitória, nos oitavos de final. O treinador foi despedido na sequência deste resultado.

Decisões marcadas para o fim de semana. A final da Taça Asiática vai acontecer no sábado (dia 10), no Lusail Stadium, a partir das 15h00. O jogo decisivo da CAN será jogado no domingo, no Stade Alassane Ouattara, a partir das 20h00. Os jogos podem ser acompanhados na Sporttv.

Provas fora de horas

Em comum, a Taça Asiática e a Taça das Nações Africanas têm o facto de estarem a decorrer fora do calendário inicialmente previsto. A 34.ª edição da CAN, que arrancou no dia 13 de janeiro, era para ter sido jogada durante junho e julho de 2023, mas foi adiada para o início deste ano devido a preocupações com o calor que seria sentido durante esses meses. Já o Mundial 2022, disputado no Qatar, tinha sido adiado por razões semelhantes.

Qatar que está a acolher a 18.ª edição da Taça Asiática que era para ter sido realizada na China, entre junho e julho de 2023. Contudo, devido aos enormes surtos de COVID-19 no país, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) decidiu mudar o local de realização da prova. Foi então decidido que a Taça Asiática seria sediada no país anfitrião do último Mundial e que teria início no dia 12 de janeiro de 2024.

Como é tradição, a CAN, além do conhecido fervor nas bancadas, tem sido palco de algumas surpresas. Um facto curioso que demonstra a imprevisibilidade da competição é que todas as seleções que chegaram aos quartos de final são diferentes daquelas que chegaram a essa fase da competição na última edição, que decorreu em 2021. 

Presença “portuguesa”

Os quartos de final ditaram também o fim da presença lusófona na prova. Angola foi eliminada pela Nigéria, num confronto de técnicos portugueses e a África do Sul pôs fim, nos penáltis, ao sonho de Cabo Verde que vinha a superar largamente as expectativas.

Como tem sido hábito, estas provas continentais de seleções não fazem parar os principais campeonatos europeus. Inúmeros clubes ficaram desfalcados devido à presença de jogadores africanos e asiáticos que partiram para representar as respetivas seleções. Em Portugal, não foi diferente. No total, foram 17 jogadores da Liga Portugal que participaram nestas competições, com alguns destes a ainda estarem presentes na fase final. Mehdi Taremi (FC Porto) é o único “representante” do campeonato português ainda presente na Taça Asiática, com o Irão a ter eliminado o Japão, de Hidemasa Morita (Sporting), nos quartos de final. Já a CAN, ainda conta com Ousmane Diomande (Sporting), ao serviço da Costa do Marfim e Zaidu Sanusi (FC Porto), Chidozie Awaziem e Bruno Onyemaechi (Boavista), ao serviço da Nigéria.

Mehdi Taremi é um dos jogadores da Liga Portugal presentes nas competições continentais. Foto: FC Porto/Twitter

Para além dos jogadores, a CAN contou também, pela primeira vez na história, com três treinadores portugueses: Pedro Gonçalves (Angola), Rui Vitória (Egito) e José Peseiro (Nigéria), este último ainda em prova. A Taça Asiática contou com Paulo Bento ao comando dos Emirados Árabes Unidos. Carlos Queiroz foi selecionador do Qatar, até dezembro de 2023, mas rescindiu mutuamente o contrato com a seleção antes do início da prova.

Editado por Filipa Silva