Jovens entre os 18 e os 35 anos podem apresentar propostas sobre diversos temas na plataforma do projeto. O objetivo do coletivo é dar voz aos jovens ao tentar concretizar as ideias submetidas no sítio web.
O Coletivo Matéria está a aceitar propostas de jovens com menos de 35 anos sobre temas que vão da arte ao turismo, passando pela política ou a justiça. Desde o lançamento da plataforma, a 2 de fevereiro, já foram submetidas cerca de 70 ideias. Nos próximos meses, estas sugestões serão apresentadas aos “líderes de cada matéria”, lê-se no site.
O mais jovem dos fundadores, José Paulo Soares, é estudante do segundo ano de Economia na Universidade do Porto. Em conversa com o JPN, José explica que o objetivo do projeto é que “as propostas sejam tidas em conta e que levem a algum lado.”
Para isto, um passo fundamental do coletivo será apresentar as propostas a quem as possa transformar em realidade. Quem terá essa missão são pessoas que subscreveram o manifesto do Coletivo, ou “entidades que se mostrem interessadas em fazer parte deste processo”, explica o cofundador.
O espaço para as submissões está disponível na página web do coletivo. As ideias podem versar sobre arte, educação, empresas, tecnologia, ambiente, saúde, economia, relações internacionais, desporto, media, turismo, justiça, ou sobre temas à escolha dos jovens. Para já, a plataforma não adianta qual o conteúdo das propostas.
Dar um “lugar de fala” aos jovens
A ideia de criar o Coletivo Matéria, segundo o estudante de economia, “surgiu de uma forma muito orgânica”, de uma “necessidade” que todos os fundadores sentiram. “Os sete temos uma voz na matéria, mas sentimos que precisávamos de dar poder e um lugar de fala aos outros jovens, uma plataforma para apresentarem as suas ideias e explicá-las para que fossem tidas em conta nas decisões coletivas”, explica José Paulo Soares.
A primeira ação do coletivo foi criar um manifesto em defesa da participação ativa, já subscrito por 100 jovens, 50 com menos de 35 anos e 50 com mais de 35. Os menores de 35 vão “trabalhar as ideias e transformá-las em projetos”, enquanto os maiores de 35 têm “o poder para as aplicar ou relevância para ajudar”, explica o site.
O coletivo foi criado por sete jovens entre os 19 e os 32 anos. José conta ao JPN que os fundadores já se conheciam. O estudante considera que a diversidade em formação profissional, idade, meios socioeconómicos e lugar de origem dos fundadores é importante para o que cada um dos membros aporta ao grupo.
“Por exemplo, sou o único dos fundadores que ainda estuda. Os outros são mais velhos. Estas diferenças também valorizam o que fazemos e aquilo que cada um de nós dá aos outros jovens, nesta disposição que temos de dar a cada um uma voz na matéria”, desenvolve o estudante de economia.
Para já, não há limite de quantas propostas podem ser submetidas na página. Também não há estimativa de quando é que serão apresentadas. José afirma que, neste momento, o Coletivo está a “trabalhar na melhor forma de tratar as submissões e nos passos a seguir.”
Editado por Filipa Silva