A decisão foi transmitida num comunicado, esta terça-feira.

O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) divulgou, esta terça-feira (dia 2),  num comunicado, a “suspensão da negociação das ações Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD“. A CMVM ainda não revelou os motivos da decisão e “aguarda a divulgação de informação relevante ao mercado”.

“O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou no dia 02/abr/2024 pelas 09:25 (UTC), nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das ações Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, aguardando a divulgação de informação relevante ao mercado”, anuncia a entidade.

A alínea referida determina a suspensão da negociação de ações sempre que “ocorram circunstâncias suscetíveis de, com razoável grau de probabilidade, perturbar o regular desenvolvimento da negociação”.

O ECO e o “Expresso” referem que a entrevista dada por Pinto da Costa à SIC, no dia anterior terá sido a razão da suspensão. O Expresso afirma que “a administração da CMVM considera que foram dadas informações pelo presidente da SAD que não tinham sido transmitidas aos investidores“, na dita entrevista.

O FC Porto emitiu entretanto um comunicado, “na sequência da entrevista do seu Presidente” onde afirma que “espera fechar definitivamente o contrato com uma reputada empresa internacional, com reconhecida experiência na otimização das receitas comerciais relacionadas com grandes equipamentos desportivos, até 30 de junho de 2024”. Esta parceria prevê uma “injeção de capital por um montante estimado entre os 60 e 70 milhões de euros”. O acordo com a Legends para a exploração comercial do Estádio do Dragão foi inicialmente anunciado em novembro de 2023 e já foi criticado pela candidatura de André Villas-Boas.

Ainda neste comunicado, o FC Porto afirma que “está a negociar uma reformulação da sua dívida de médio e longo prazo, num montante estimado de 250 milhões de euros”.

O “Público” acrescenta que a CMVM está “atualmente a investigar a compra de ações da SAD por parte de Jorge Nuno Pinto da Costa“. No dia 1 de fevereiro, menos de um mês antes da apresentação das contas, o presidente dos dragões comprou mais ações do clube, “prática proibida por lei”. Ainda na entrevista dada ontem, o dirigente desvalorizou a situação: “Acho um caso ridículo. Sou acionista do FC Porto desde o primeiro dia e tenho vindo a comprar, conforme as minhas disponibilidades, ações do FC Porto. Um dia antes de fazer um mês da Assembleia Geral [de apresentação de contas] comprei duas ou três mil ações do FC Porto. Isso é um crime enorme”, afirmou de forma irónica.

Editado por Filipa Silva

Artigo atualizado pela última vez às 12h01 do dia 2 de abril de 2024.