Esta segunda-feira (8), Tiago Mayan Gonçalves, fundador da Iniciativa Liberal, apresentou o manifesto “Unidos pelo Liberalismo”. Ao JPN, falou da necessidade da “mudança” e de uma “alternativa à liderança do partido”, mas sem se assumir para já como candidato.

Tiago Mayan é um dos fundadores da Iniciativa Liberal. Foto: Tiago Mayan Gonçalves/ Facebook

Tiago Mayan Gonçalves apresentou, esta segunda-feira, em Lisboa, o manifesto “Unidos pelo Liberalismo”. Este manifesto é subscrito por um conjunto de “mais de 200 membros da Iniciativa Liberal”  que assumem que o partido “não está num bom momento”.

Ao JPN, o ex-candidato à presidência da República esclarece o motivo do manifesto. “Há problemas de aplicação dos princípios liberais, de governança, de inclusão e de agregação do valor dos membros e da sociedade civil e é necessária a mudança”, reflete. 

Para esta mudança, Tiago Mayan Gonçalves traça prioridades. “Queremos recuperar o partido das ideias”, refere o agora presidente da União de Freguesias de Aldoar, Nevogilde e Foz do Douro e para isso, entende, é fundamental “revitalizar a comunicação do partido e torná-la muito mais clara e eficaz” e “unir de novo o partido”.

A “apresentação de uma alternativa à liderança do partido” é outro dos pontos-chave, muito embora o próprio não se assuma para já como candidato.

A escolha da data para a apresentação do manifesto “Unidos pelo Liberalismo” não foi ao acaso. “Nós entendemos que vamos ter que enfrentar eleições muito em breve, desde já eleições antecipadas regionais da Madeira, em maio, e as eleições europeias em junho. Mas também sabemos que internamente vamos ter uma convenção estatuária em julho”, reitera o ex-candidato à presidência da República.

Como refere Tiago Mayan, a Convenção Liberal de julho vai servir para falar de estatutos e não de liderança. Algo que podia e devia ser diferente na visão de um dos fundadores da Iniciativa Liberal: “Também nos preocupa que o formato atual nesta convenção, segundo o seu regimento, não seja adequado e não permita a discussão efetiva e detalhada dos estatutos. E, portanto, gostaríamos também que houvesse essa oportunidade de rever e tomar aquela convenção, de facto, mais capacitada e mais aberta à possibilidade de discussão”, declara ao JPN.

Quando questionado se sente que não existe espaço para a discussão de ideias, Tiago Mayan Gonçalves considera que o atual regimento torna “muito difícil” e até “praticamente impossível” essa discussão.

O manifesto apresentado esta segunda-feira pretende ainda tornar a Iniciativa Liberal de novo “interessante” para quem deixou o partido. “Queremos atrair todos os que se revejam numa abordagem mais inclusiva, mais participativa, mais aberta à sociedade e também mais clara na realização”, afirma o liberal, acrescentando que “não vão tomar a decisão” por estas pessoas.

Quanto à atual liderança do partido, admite que existiu um “falhanço de objetivos eleitorais”, mas rejeita pessoalizar essa crítica em Rui Rocha. A responsabilidade é da equipa, que segundo Mayan está a “falhar” na estratégia.

Apesar dos resultados eleitorais não terem correspondido às metas estabelecidas pelo partido, o fundador da Iniciativa Liberal considera que “são sintomas de algo muito mais profundo”. “O problema é muito mais profundo e é isso que nós, enquanto subscritores do manifesto, queremos destacar. É preciso uma visão e uma estratégia distintas e este manifesto é o início e a proposta dessa tal visão: estratégias alternativas”, sublinha ao JPN.

A Convenção Nacional Eletiva da Iniciativa Liberal está prevista para janeiro de 2025.

Editado por Filipa Silva