Começa a 12 de setembro um novo ciclo no Rivoli, com um espetáculo carregado de simbologia. A Companhia Nacional de Bailado (CNB) volta à sala onde apresentou o primeiro espectáculo da sua vida, em 1977. Não poderia ser de outra maneira: o Rivoli esteve de portas fechadas durante oito anos.

Chama-se “Rivoli Já Dança!” e ocupará o teatro até 20 de dezembro. No entretanto, sobem a palco 12 espectáculos. A CNB trará ao Porto a remontagem da peça “Mozart Concert Arias – Un Moto di Gioia“, de Anne Teresa De Keersmaeker; a Circolando apresenta “Rios de Sono” a 10 e 11 de outubro. Depois Shelters, a 18 de outubro. Um encontro entre o coreógrafo Hofesh Shechter e a Companhia Instável que já viajou até Guimarães no ano em que a cidade foi Capital Europeia da Cultura.

Já conhecidos da “casa”, Victor Hugo Pontes apresentará Fall em primeira mão, a 8 de novembro, e o Núcleo de Experimentação Coreográfica, com Dinis Machado, apresentará “Cyborg Sunday” em estreia absoluta, a 22 de novembro.

O fecho dá-se com “Atlas Porto” de Ana Borralho & João Galante (uma espécie de cartografia da cidade a partir de 100 dos seus habitantes). O programa completo pode ser encontrado aqui.

“Um lugar onde a cidade se revê e se apresenta”

O preço do passe geral? 25 euros. Um “exercício de cidadania”, em jeito de “prémio da reabertura do teatro” porque “este é um território aberto a toda a gente”, quis sublinhar o vereador Paulo Cunha e Silva, durante a apresentação do programa do novo ciclo. De fora, só os concertos de Sérgio Godinho e Dead Combo, a 1 de novembro e 12 de dezembro, respetivamente (11,5-15 euros).

Tiago Guedes, o novo diretor artístico do Teatro (que no entanto só o será, praticamente, a partir de janeiro de 2015) ainda não tem responsabilidade na programação do ciclo, mas afirma que este é já uma espécie de exemplo do que quer que seja o espírito da sala da Praça D. João I.

“Este ciclo assinala a tendência de um teatro que dará prioridade à dança e às artes do corpo, mas sempre em diálogo com as outras disciplinas (…). Entendemos que o Rivoli deve ser um mediador da cidade, um lugar onde a cidade se revê e se apresenta – um lugar simultaneamente popular e cosmopolita, histórico e contemporâneo, local e nacional”, explicou o vereador Paulo Cunha e Silva.