As paralisações estavam marcadas para quinta e sexta feira e para os dias 11, 12, 16 e 17 de Junho mas foram desmarcadas, quarta-feira, numa reunião da direcção nacional do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF (SCIFSEF).

Gonçalo Rodrigues, presidente da unidade sindical, disse ao JornalismoPortoNet que a decisão foi baseada em dois motivos. O primeiro foi o facto “da greve causar sérios prejuízos económicos ao país, nomeadamente ao turismo algarvio”, uma vez que “os agentes turísticos da região se preparavam para suspender 50 voos provenientes da Rússia nos dias 11 e 12 de Junho”. A outra razão tem a ver com a garantia dada pelo secretário de Estado, Nuno Magalhães, ao SEF de que “o Governo tenciona resolver a situação no final do Euro 2004”.

O sindicalista afirma-se confiante mas adverte que o SEF vai “reagir com força” caso o executivo não cumpra o que prometeu. Segundo Gonçalo Rodrigues, neste momento a grande preocupação do sindicato é “ajudar a direcção do SEF” na tarefa de controlo das fronteiras, uma vez que “o Governo não tem dado qualquer apoio”.

O presidente do SCIFSEF mostra-se crítico face à actuação do executivo nesta matéria. Segundo o sindicalista, esta “é a maior operação da história do SEF” e “os inspectores foram [para as fronteiras] de mochilas às costas e têm de dormir nos carros ou em hotéis das localidades mais próximas”. “Para além disso estão a cumprir horários de 14 horas por dia, o que é um esforço quase sobre-humano”, acrescenta.

As paralisações foram suspensas um dia depois do sindicato ter ameaçado recorrer aos tribunais, caso o Governo avançasse com uma requisição civil para travar a greve dos trabalhadores.

Fronteiras repostas

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras iniciou uma operação de controlo das fronteiras nacionais. A medida de segurança encontra-se em vigor desde as 00h00 de quarta-feira e vai prolongar-se até 4 de Julho, dia da final do europeu de futebol.

A reposição de controlo fronteiriço prende-se com a realização dos dois maiores eventos que Portugal vai receber este ano, o Rock in Rio e o Euro 2004.

Para entrar no país todos os cidadãos da UE, assim como da Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia, têm de apresentar o bilhete de identidade ou o passaporte. Os cidadãos extra-comunitários têm também de apresentar passaporte e visto, caso sejam provenientes de países que assim o exijam.

Segundo Gonçalo Rodrigues esta “é a maior operação da história do SEF” e já está a dar frutos. O sindicalista avançou ao JPN que “só ontem foram impedidas de entrar em Portugal 90 pessoas de voos provenientes de Paris”.

Andreia Parente

Foto: SEF