A administração da Rádiotelevisão Portuguesa (RTP) chamou ontem a comunicação social para abrir o jogo sobre a forma como estão a decorrer as negociações com os sindicatos sobre o Acordo Colectivo de Trabalho. Os resultados não têm sido animadores já que a convocatória de greve para a próxima terça e quarta-feira continua de pé.

Numa última tentativa para solucionar o impasse a administração voltará a reunir hoje com o Sindicato dos Jornalistas e amanhã com o dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Social (STT) e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV).

Na conferência de imprensa de ontem, Almerindo Marques, presidente do Conselho de Administração da RTP, explicou que seriam incomportáveis para a saúde financeira da empresa se fossem cumpridas as reivindicações dos três sindicatos.

Ponce de Leão, administrador financeiro da RTP, explicou que a actualização do actual Acordo Colectivo de Trabalho vai implicar um acréscimo de cerca de 6,5 milhões de euros. “Se as reinvindicações dos sindicatos fossem satisfeitas na íntegra haveria um agravamento de 36% dos custos totais de exploração [de 92 para 98,5 milhões de euros]”, adiantou Ponce de Leão.

Alfredo Maia, presidente do Sindicato de Jornalistas reiterou que a razão está do lado dos trabalhadores. Em declarações ao jornal “Correio da Manhã”, Alfredo Maia anunciou que até ao início da greve o sindicato vai “avaliar os resultados da reunião. “Estamos convencidos de que faremos valer a razão dos nossos argumentos”, acrescentou.

Ainda ontem, em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas contestou o “alegado agravamento de encargos que a administração invoca (…) e rejeita que a incapacidade de organizar e gerir melhor o trabalho seja pretexto para sacrificar direitos”.

Nos principais espaços informativos da RTP de ontem, foi anunciado que a possível greve dos próximos dias 19 e 20 não terá consequências graves na programação dos vários canais do universo RTP.

Hugo Manuel Correia