Criada em 1919, a Faculdade de Letras teve um percurso atribulado, com uma paragem de quase trinta anos pelo meio. Entretanto, foi ocupando várias instalações e recebeu algumas das figuras mais notáveis da cultura portuguesa. No actual Governo, por exemplo, estão dois ministros licenciados nesta instituição: Isabel Pires de Lima e Augusto Santos Silva.

Nos últimos anos, a faculdade sofreu um grande crescimento com a criação de novos cursos e pós-graduações. O número de alunos aumentou, ultrapassando o inicialmente previsto quando a faculdade foi projectada. Esse é o maior problema apontado pela presidente do Conselho Directivo, Maria de Lurdes Fernandes, que reconhece “graves problemas em termos de instalações”. Mas garante que a nova cantina e a nova residência universitária nas instalações de letras estarão prontas a breve prazo.

Relativamente ao Processo de Bolonha, a Faculdade de Letras ainda tem um longo caminho a percorrer. Já se procedeu à semestralização das disciplinas, mas ainda não se definiu a duração dos dois cursos de formação.

Se o Processo de Bolonha vai promover uma maior mobilidade dos estudantes no espaço europeu, para a FLUP isso não será novidade. Isto porque actualmente já é uma das universidades da UP que mais alunos estrangeiros recebe ao abrigo de programas como o Erasmus. São oitenta e seis no total, provenientes de países do mundo inteiro. O JPN falou com alguns desses estudantes para perceber como é a FLUP vista por fora.

Durante esta viagem pelo mundo das Letras, descobrimos ainda um Grupo de Teatro que sobrevive sem uma sala para ensaiar e um Grupo de Sociologia que luta para “tirar a sociologia da gaveta dos professores”, através da edição de uma revista. A visita do JPN à FLUP coincidiu também com a Expo-Letras, uma iniciativa de divulgação dos cursos da faculdade.

Anabela Couto