O director geral do grupo espanhol Editorial Prensa Ibérica (EPI) em Portugal, António Matos, afirmou hoje, segunda-feira, à agência Lusa que o grupo deverá pronunciar-se brevemente sobre as propostas que recebeu para compra de “O Comércio do Porto” e “A Capital”, mas referiu no entanto, que “nenhuma delas é irrecusável”.

Segundo o responsável o processo já estaria “certamente concluído” se “houvesse alguma proposta irrecusável”.

António Matos recusa-se a divulgar as propostas que foram apresentadas, mas garante, contudo, que existem ofertas para ambas as publicações, que estão a ser analisadas “com rigor” pelo grupo de media espanhol.

Prensa Ibérica deverá decidir no final do mês

Vários órgãos de comunicação social têm apontando o anúncio de uma decisão da EPI relativamente aos jornais para o final deste mês, mas, questionado acerca deste prazo, o representante do grupo espanhol em Portugal limitou-se a referir que “tudo dependerá da Prensa Ibérica”.

Há duas semanas atrás, o JPN avançava que a decisão da EPI relativamente às propostas de compra dos títulos devia surgir perto do dia 15 deste mês.

Na altura, Arminda Rosa Pereira, da cooperativa Alternativa – Produção Jornalística, composta por ex-jornalistas das publicações suspensas há três meses, interessada na compra dos títulos, afirmava que a decisão deveria surgir de uma reunião da administração do grupo espanhol que estaria agendada para dia 11. afirmava que a decisão deveria surgir “em breve [por volta do dia 15]”.

A mesma indicação tinha o último director do diário portuense, Rogério Gomes, que, pelo que se sabe, não estará envolvido em nenhuma proposta de aquisição dos jornais.

O Grupo Lena, de Leiria, a Friendly News, grupo gerido por António Cunha Vaz, e a cooperativa Alternativa são alguns dos nomes que têm sido apontados pela imprensa diária como interessados na compra de “O Comércio do Porto” e de “A Capital”.

Grupo Lena nega interesse

O administrador da Sojormedia, “holding” do grupo Lena, de Leiria, para a área da comunicação social, já tinha referido ao JPN que a empresa não estava interessada em comprar os jornais, uma vez que estava concentrada noutros projectos e que o “movimento especulativo” em torno da aquisição dos dois títulos não passava de uma “técnica de venda”.

António Cunha Vaz, da Cunha & Associados, optou por não comentar, à agência Lusa, o processo nesta altura.

A Prensa Ibérica decidiu suspender, em 29 de Julho, os jornais “A Capital” e “O Comércio do Porto” devido à contínua queda de vendas dos dois títulos e pelos avultados prejuízos que enfrentava.

Pedro Sales Dias