Luis Miguel Cintra, fundador do Teatro da Cornucópia foi hoje, sexta-feira, distinguido com o Prémio Pessoa 2005. O trabalho do actor e encenador foi premiado pela “coerência” que apresenta no panorama cultural português.

A distinção abrange a actividade de Luis Miguel Cintra enquanto actor, dramaturgo, programador da Cornucópia e formador. É a primeira vez que o prémio distingue uma personalidade ligada às artes do espectáculo.

Em declarações à Lusa, o encenador considerou a distinção “lisonjeira para o teatro”, mas ressalvou que, “pessoalmente, também é incómoda, por se tratar de uma arte colectiva”.

“O prémio não me distingue apenas a mim, mas a todas as pessoas que colaboraram no projecto da Cornucópia, que já tem mais de trinta anos”, disse, ainda.

Luis Miguel Cintra, de 56 anos, fundou o Teatro da Cornucópia em 1973, com Jorge Silva Melo, que, mais tarde, viria a abandonar a companhia.

O Prémio Pessoa é o mais importante galardão atribuído em Portugal nas áreas da cultura e ciência, tendo sido instituído em 1987 pela Unisys Portugal e pelo jornal “Expresso”. Tem um valor de 44.000 euros.

No ano passado, o Prémio Pessoa distinguiu o escritor Mário Cláudio. Desde 1987, o Prémio Pessoa já distinguiu também António Ramos Rosa (poeta), Cláudio Torres (arqueólogo), António Damásio e Hanna Damásio (neurocientistas), Fernando Gil (filosofo), Vasco Graça Moura (escritor), Herberto Helder (poeta), Eduardo Souto Moura (arquitecto), Manuel Alegre (escritor), José Manuel Rodrigues (fotografo), Emmanuel Nunes (compositor), João Benard da Costa (presidente da Cinemateca), Manuel Sobrinho Simões (investigador) e José Gomes Canotilho (constitucionalista).

JPN
c/ Lusa