A partir do dia 28 deste mês, parte do serviço de urgências do Hospital de São João (HSJ) vai funcionar em contentores pré-fabricados. Foram hoje, quinta-feira, apresentadas as novas instalações das urgências do hospital, unidades de emergência que vão proporcionar aos doentes mais conforto e um atendimento mais humanizado.

Como referiu o chefe do serviço de urgências do HSJ, José Artur Paiva, um serviço de urgência instalado em pré-fabricados não é sinónimo de má qualidade. “Este é um salto muito positivo. Com estas alterações, melhoramos três áreas fundamentais no serviço de urgências. Apesar de chamarmos contentores a estas novas instalações, o termo não é pejorativo. As novidades só implicam mais qualidade e evolução”, sublinhou Artur Paiva.

Os doentes que derem entrada no serviço de urgências do HSJ vão passar a ser distribuídos por áreas de acordo com a gravidade do seu estado. Existirão três áreas distintas: a área amarela para os doentes considerados menos graves (com 12 gabinetes de observação com capacidade para trabalhar em simultâneo); a área laranja para os doentes de gravidade intermédia que exigem alguma preocupação e para aqueles que, mesmo que não fiquem internados, permaneçam na urgência entre 8 a doze horas; e a área vermelha para os doentes mais graves e com possibilidade de internamento imediato.

A área vermelha, unidade de cuidados intensivos e ortopédicos que exijam pequenas cirurgias, é a única que permanecerá nas instalações antigas, mas “será preservada a comunicação rápida e os doentes classificados como vermelhos seguirão por um corredor rápido e sem obstáculos”, vincou o chefe do serviço de urgências.

Logo à entrada das urgências, o enfermeiro reconhece a gravidade do doente e define o trajecto mais adequado. Outra novidade é a existência de três salas de espera diferenciadas e de uma sala de espera secundária para os doentes que estejam à espera de exames radiológicos ou de outros que definam a sua situação ou o possível internamento.

Artur Paiva frisou ainda que estas novas instalações melhorarão o atendimento ao doente e o acolhimento humanizado aos familiares. “Vamos definir logo à entrada, qual é o acompanhante principal, a figura de referência do doente. A ideia é conseguir estabelecer um contacto directo e sem intermediários entre o clínico e o acompanhante preferencial. E, se necessário, temos uma área onde o clínico pode conversar com o familiar sobre a informação que exija um clima de mais intimidade”, explicou.

“A urgência nestes pré-fabricados é uma dupla boa noticia. É desde logo um passo positivo em relação ao espaço anterior que tínhamos e é também um passo em relação à nova urgência que pensamos estar criada em Janeiro de 2007, com mais espaço, melhores áreas e melhor dividida. Uma urgência sem papel porque, simultaneamente, estamos a tentar basear o sistema de urgência em meios informáticos”, acrescentou o chefe do serviço de urgências do hospital.

O presidente do conselho de administração do HSJ, José Eduardo Guimarães, anunciou que os doentes psiquiátricos deste hospital e destas novas instalações também passarão a beneficiar de uma área de observação psiquiátrica com dois postos de observação. “Trata-se de uma novidade boa, na medida em que até agora os utentes do HSJ eram encaminhados para as urgências do hospital Santo António. Agora já teremos meios próprios e humanizados de os socorrer”, sublinhou.

Texto e foto: Paula Texeira