O Prémio Nobel da Paz 2006 foi entregue, em partes iguais, ao economista Muhammad Yunus e ao banco Grameen, do Bangladesh, pelos “seus esforços em criar desenvolvimento económico e social a partir da base” da sociedade.

Fundado por Yunus, o Grameen é um “banco dos pobres”, que já concedeu microcrédito a cerca de cinco milhões de pessoas. Ambos mostraram que “até os mais pobres dos pobres podem trabalhar para alcançar o seu próprio desenvolvimento”, afirma o Comité Nobel Norueguês, que atribui o galardão.

“Muhammad Yunus mostrou ser um líder que conseguiu traduzir visões em acções práticas para o benefício de milhões de pessoas, não apenas no Bangladesh, mas também em muitos outros países”, diz o comunicado. Yunus não era apontado como um dos prováveis vencedores do prémio.

“A visão a longo prazo de Yunus é eliminar a pobreza do mundo. Tal não pode ser conseguido apenas pelo micro crédito. Mas Muhammad Yunus e o banco Grameen mostraram que, dentro dos esforços contínuos para atingir esse objectivo, o microcrédito tem que ocupar um importante lugar”, conclui.

Este é o segundo prémio em poucos anos em que é distinguido uma personalidade conhecida pelos seus esforços a favor de um desenvolvimento sustentado. Em 2004, o Nobel foi entregue à queniana Wangari Muta Maathai, pela sua luta por um desenvolvimento ecológico, social, económico e cultural no Quénia e em África.

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e o seu director-geral, Mohamed ElBaradei, partilharam o Prémio Nobel da Paz no ano passado.

Pedro Rios
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