O caso Moderna, a crise na Universidade Portucalense e a mais recente polémica da Universidade Independente (UnI) têm feito tremer o ensino superior privado português. No entanto, o presidente da Associação Portuguesa de Ensino Privado (APESP), João Redondo, refere que esta “não é uma questão generalizada”.

João Redondo prefere manter a distância em relação à crise na UnI. “O problema vem da Universidade Independente, é da Universidade Independente. Não é um problema do ensino privado. É um problema daquela instituição em função da conduta dos seus dirigentes”, aponta.

Ainda assim, o presidente da APESP teme que a polémica prejudique as restantes universidades privadas. “Esta tentativa de colagem que se tem vindo a fazer pode, de facto, querer levar a uma descredibilização”, admite.

O ministro do Ensino Superior anunciou esta quinta-feira que estão a ser investigadas universidades privadas e que há instituições de ensino superior que não cumprem os requisitos legalmente exigidos. Mariano Gago referiu mesmo que “há institutos superiores que não têm condições para usarem a designação de universidade”.

Questionado sobre o assunto, o presidente da APESP referiu que este problema “não é de agora” e que “em nada se mistura com este tipo de situações”.

Estudantes defendem fiscalização

O presidente da Federação Nacional de Estudantes do Ensino Superior Particular e Cooperativo (FNESC), Humberto Silva, “repudia”, em comunicado, “qualquer associação de ideias entre a formação e ensino superior privado e cooperativo e qualquer falta de qualidade e/ou negócio fácil”.

Humberto Silva reconhece a necessidade de fiscalizar o ensino superior particular e cooperativo. No entanto, lamenta que o panorama actual é “uma pequena e quiçá inflamada parte de um todo que de todos deve merecer a maior confiança e respeito”.