Depois da popularização dos blogues, outro fenómeno começa a ganhar espaço na Web portuguesa: os vídeo blogues (ou “vlogs”). São “weblogs” com mais imagens do que palavras, explorando a componente multimédia da internet. Podem ser usados tanto a nível pessoal, mas são também uma forma de divulgar novos trabalhos da área audiovisual. O termo foi introduzido em 2004 pelo realizador americano, Steve Garfield.

Este ano, os vídeo blogues merecem pela primeira vez uma categoria competitiva nos “Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia – Avanca’07“, organizados pelo Cine-Clube de Avanca, que começam em Junho

“Os vídeo blogues estão na ordem do dia”, diz António Costa, do Cine-Clube de Avanca. “É uma forma muito interessante de fazer um blogue e um novo meio de expressão muito importante”. Os “vlogs” entraram na competição já que “houve uma alteração clara das tecnologias e é preciso acompanhar o desenvolvimento tecnológico”, justifica António Costa, um dos organizadores do festival.

“O vídeo é mais um meio de comunicação, não é só a escrita”. António Costa realça ainda que, hoje em dia, tornou-se mais fácil produzir vídeo “através de câmaras e telemóveis”.

Diferente do YouTube

Francisco Lança é realizador de cinema de animação, ilustrador e um dos “vloggers” que vai participar nos Encontros de Avanca. “Quando criei o meu ‘vlog’, em Junho de 2006, havia seis ‘vlogs'” em Portugal. Para o realizador, “as pessoas que estão ligadas com a imagem serão aquelas que mais rapidamente vão aderir aos ‘vlogs'”.

“O ‘boom’ dos blogues de vídeo, que exploram conteúdo multimédia, é o que se está a passar já há dois anos nos Estados Unidos ou na Holanda. Mas o fenómeno está a chegar cá”, diz ao JPN.

De acordo com as previsões do “vlogger”, os vídeos blogues não terão tanta dimensão como os blogues, já que “a escrita é mais fácil que o vídeo”. Para se manter um ‘vlog’ “é preciso ter alguns conhecimentos de vídeo, o que poderá assustar algumas pessoas”, refere.

O ‘vlog’ dever ter “material criado pelas pessoas, o que é diferente do YouTube, onde muitas coisas são gravadas”, explica. Além disso, pondo de lado o uso pessoal, em que os ‘vlogs’ são usados para mostrar vídeos familiares, “é uma boa forma de divulgar o trabalho”, realça Franciso Lança.

“É preciso ter em conta que há muita gente de escolas de imagem que não têm outro local para mostrar os vídeos, a não ser nos ‘vlogs’. O vídeo blogue é o sítio ideal para a divulgação de novos trabalhos audiovisuais”.