Chama-se CICMUN. A sigla de seis letras significa Colégio Internato dos Carvalhos Model United Nations e não é mais do que uma simulação da Assembleia-Geral das Nações Unidas feita por alunos do ensino secundário.

Os estudantes encarnam o papel de delegados e representam o país que lhes foi atribuído. Estados como a Namíbia, México, Turquia, Noruega e Estados Unidos da América entre muitos outros entram em cena nesta iniciativa. Ao todo são cerca de 90, os países que têm assento na edição deste ano do CICMUN.

O rigor no vestuário é uma das condições. Os delegados devem vestir-se formalmente para participar no evento. Mas a principal característica é a obrigatoriedade de se falar em inglês, que não desmotiva os alunos de participarem.

Emília Macedo, coordenadora do evento, falou ao JPN sobre a origem da iniciativa. Tudo começou em 1994. “Recebemos um convite para participar num MUN na Irlanda, o SAIMUN (Saint Andrew’s International Model United Nations). Fui com quatro alunos e o bichinho pegou. Depois em 2000, como houve a febre aftosa, que afectou Irlanda e Reino Unido, fomos impedidos de participar. Então um grupo de alunos convenceu-me a organizarmos a nossa própria conferência”, conta.

Ao longo dos anos, o evento tem sido alvo de várias transformações. Emília Macedo realça que a principal alteração se deu ao nível da qualidade. “Agora que a engrenagem já está a andar, penso que cada vez temos mais qualidade. Temos muitos mais alunos interessados. As pessoas que participam pela primeira vez num 10º ano repetem no 11º e no 12º, a tal ponto que levam a ideia para a universidade. Sei que já há aí universidades com nossos ex-alunos a fazer MUNs”.

A presidir a edição deste ano está o aluno César Teixeira. para o presidente, as mais-valias do MUN são mais que muitas. “É uma óptima maneira de vermos as coisas por outra perspectiva, de desafiarmos as nossas ideias. Fazemos muitos bons amigos, conhecemos pessoas novas, viajamos para sítios interessantes e melhoramos o nosso inglês”.

Em discussão estão três temas actuais: direitos humanos das crianças em conflitos armados, a questão da República Democrática da Coreia e o combate às alterações climatéricas.

Ao todo são oito as escolas que participam no evento, que começou esta quinta-feira e termina sexta-feira. Além do Colégio Internato dos Carvalhos, participam a Escola Secundária do Vale do Cambra, a Escola Secundária Ferreira Dias (Lisboa), Carlucci American International School of Lisbon, Oporto British School, Escola Secundária dos Carvalhos, Escola Secundária Arquitecto Oliveira Ferreira, Colégio Bom Duarte.

O director pedagógico adjunto do CIC, José Pedrosa, defende que o CICMUN “possibilita o intercâmbio entre escolas, o interrelacionamento entre jovens de idades semelhantes, mas de sociedades ou extractos sociais diferenciados” e o abrir de horizontes.

Todos os participantes do CICMUN afirmam que a experiência é muito positiva. Além de terem de estar atentos à actualidade e terem de conhecer o país que representam, o facto de desenvolverem o inglês é vantajoso.