Quando o relógio marcar um minuto depois da meia noite de domingo, porque assim manda a tradição, arranca oficialmente a Queima das Fitas do Porto ao som da Monumental Serenata, assinalando o início de uma semana de festa, mas também de excessos, que promete fazer correr muito álcool, suor e até algumas lágrimas para quem se despede da vida de estudante.

Sem esquecer as tradicionais actividades carregadas de simbolismo, como a Missa de Benção das Pastas, na manhã seguinte ao primeiro dia, a verdade é que é no Queimódromo que os estudantes fazem a festa pelas barraquinhas e nos concertos que animam as oito noites.

Este ano, o cartaz não difere muito dos anteriores – uma tendência que se estende às festas de outras academias do país. As novidades não são muitas e algumas das bandas que vão subir ao palco já são “habitués”, como Pedro Abrunhosa, Quim Barreiros, The Gift e os incontornáveis Xutos & Pontapés.

“Considero-o [o cartaz] bastante heterogéneo e equilibrado, que consegue chegar às várias sensibilidades, não apenas os estudantes mas também aos cidadãos do Porto. Abrange ainda várias faixas etárias dentro da própria classe estudantil”, explica ao JPN o presidente da Fedração Académica do Porto, Pedro Barrias, que destaca como “mais-valias” a presença de nomes como o músico alemão Patrice e a banda Papas da Língua, um sucesso que já chegou ao tope de vendas no Brasil.

Este é, portanto, nas palavras do responsável, “o cartaz que a FAP queria e não o possível”. Para este sábado, estão marcados os concertos dos Mad Dogs, a banda vencedora do concurso de novas bandas da FAP, e os Blasted Mechanism, que regressam ao palco da Queima do Porto após um ano de interregno.

Como é habitual, as acções de solidariedade – cujos fundos vão reverter para Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares – e as campanhas de prevenção sobre a sida, o álcool e a droga também fazem parte da festa, que custa, por ano, cerca de um milhão de euros à FAP. O apoio médico está ao cuidado de um grupo de saúde privado.

De metro para o “novo” recinto

Quem passou pela Circunvalação nos últimos dias, não terá ficado indiferente à constante entrada e saída de camiões do Queimódromo, até porque chegou a provocar filas de trânsito anormais naquela via. A explicação é simples: o recinto foi melhorado, nomeadamente o pavimento, que é totalmente novo, e recebeu uma nova instalação eléctrica e sánitária.

Uma renovação que visa oferecer maior comodidade aos cerca de 300 mil visitantes previstos, que desta vez, para além dos autocarros dos STCP, vão poder utilizar as linhas do metro – o transporte oficial da Queima – para se deslocar para o recinto. Os serviços, no entanto, não são gratuitos, tal como acontecia no passado.

“A maior parte dos estudantes possui o passe do metro e, portanto, nem sequer precisa de adquirir um título, porque ele é válido para essa deslocação”, sustenta Pedro Barrias, que argumenta ainda que o metro tem a vantagem de ter maior capacidade, de “cobrir uma
rede maior” e de oferecer um transporte “mais frequente e seguro”.

Estão, portanto, reunidas todas as condições para a Queima das Fitas repetir, como afirma Pedro Barrias, “o sucesso dos anos anteriores”. A maior festa dos estudantes do Porto está quase a começar.