Chama-se Programa de Apoio à Investigação Oncológica do Norte e trata-se de uma iniciativa do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro em parceria com várias empresas privadas. O objectivo passa por, através da atribuição de bolsas, desenvolver a investigação no campo da oncologia e criar condições para a fixação de jovens investigadores na região Norte.
A assinatura do protocolo para arranque do programa de apoio decorreu esta quarta-feira, na Fundação António Cupertino de Miranda, no Porto, e contou com, além de dirigentes da Liga Portuguesa contra o Cancro, representantes das empresas mecenas.
Hugo Sousa, investigador responsável pelo programa, destaca a importância que a investigação pode ter na descoberta de novos tratamentos para o cancro. No entanto, não deixa de enfatizar o apoio dos privados no financiamento da investigação. “É a grande diferença em relação ao normal”, sublinha.
A quantidade e valor das bolsas atribuídas tornam o presente programa um caso de contornos únicos no continente europeu. O protocolo assinado prevê a injecção de 50 mil euros anuais durante os próximos quatro anos por parte dos privados. Um valor que pode aumentar caso se verifique o interesse de novos mecenas.
“O objectivo final é ter um orçamento anual que ronde os 300 mil euros”, revela Hugo Sousa. Segundo o investigador, a perspectiva é atingir a verba em 2010.
Apoio à investigação
Com o financiamento disponibilizado, o programa quer apoiar o trabalho dos jovens investigadores recém-licenciados e mantê-los na região Norte. “Existem imensos jovens a querer fazer investigação mas como não há verbas decidem ir para empresas, em áreas completamente diferentes, ou mesmo sair de Portugal”, lamenta Hugo Sousa.
As candidaturas ao programa vão poder ser submetidas a partir do mês de Julho. A selecção dos projectos vai estar entregue a uma comissão científica composta por, entre outros, elementos da Liga Portuguesa contra o Cancro, dos Ministérios da Saúde e Ciência e Tecnologia e da Faculdade de Medicina do Porto.
Para começar, este ano só serão disponibilizadas três bolsas: duas de investigação para recém-licenciados e uma outra para mestrado. Hugo Sousa mostra-se convicto na recepção de muitas candidaturas.
O responsável do programa acredita que o apoio financeiro vai estimular a iniciativa dos jovens investigadores. “Temos reparado que há muitos alunos que vão tentar concorrer a estas bolsas para tentar ter um financiamento que os ajude a fazer a investigação”, declara.