O líder do Partido Popular Paquistanês (PPP), Asif Ali Zardari, e o da Liga Muçulmana Paquistanesa-Nawaz (PML-N), Nawaz Sharif, encontraram-se esta quinta-feira para discutir uma possível coligação, que force Musharraf a abandonar o poder.

Sharif já deixou bem claro que o presidente deveria abandonar o cargo. Disse, depois da reunião com o PPP, partido que obteve os melhores resultados nas eleições paquistanesas, que trabalhariam em conjunto para formar um governo. “Iremos trabalhar juntos”, disse o líder da Liga Nawaz, citado pela AP.

No entanto, Pervez Musharraf disse na quarta-feira, numa entrevista ao Wall Street Journal, que não tenciona abandonar o poder. Explicou que quer transformar o Paquistão num país com um governo “estável e democrático”.

Acrescentou que “gostaria de trabalhar com qualquer partido em qualquer coligação, porque isso é do interesse do Paquistão”. Terminou a entrevista lembrando que serviu o Paquistão “honestamente” e com “total dedicação”.

Shafqat Mahmood, comentador político, disse que Musharraf deve agir “decentemente” e abandonar o poder, pois as eleições foram, claramente, um referendo contra ele. Segundo a crítica, as tentativas do actual presidente para preservar o seu cargo só têm afectado o país, que se tem vindo a tornar cada vez mais instável.

Musharraf, que depôs, com um golpe de Estado, o governo de Nawaz Sharif, em 1999, decretou estado de emergência no Paquistão no Outono de 2007. Desde então, o país tem vivido um período conturbado, agravado pelo atentado que vitimou, em Dezembro, a ex-primeiro-ministro Benazir Bhutto.