O referendo ao Tratado de Lisboa foi quarta-feira a debate no parlamento britânico. A proposta para convocação do referendo, apresentada pela oposição conservadora, foi rejeitada pela maioria trabalhista, com 311 votos contra.

Este resultado vai de encontro ao desejo do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de não referendar o tratado. Brown tem vindo a rejeitar esta hipótese por considerar que o actual documento é muito distinto da proposta de Constituição Europeia de 2005 e, como tal, o texto deveria ser ratificado pelo parlamento.

“Se fosse um tratado constitucional, faríamos um referendo. Mas o conceito constitucional foi abandonado”, afirmou o primeiro-ministro britânico durante o debate quinzenal no parlamento.

Para Brown, a consulta popular é perigosa para a presença do Reino Unido na União Europeia, uma vez que o país é, tradicionalmente, eurocéptico: “A emenda que propõem coloca em risco a nossa pertença à União Europeia. Por que é que não compreendem que 3,5 milhões de empregos dependem de pertencermos à UE?”, inquiriu.

A oposição acusa Brown de cedência aos interesses da União Europeia. David Cameron, líder do Partido Conservador, sublinhou que Brown está a quebrar uma promessa mantida pelo antecessor, Tony Blair.

O parlamento rejeitou outra moção que propunha uma consulta popular sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.